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sábado, 27 de junho de 2015

Oseh Shalom

Postado por Clube de Músicos e Apreciadores às 12:50
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Clube de Músicos e Apreciadores
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
Produtor cultural e empreendedor. - Operador de áudio - Produtor de eventos - incentivador cultural ,baixista e principalmente um operário a serviço da arte,cultura e entretenimento. Atualmente tenho 3 projetos musicais com: - Os Meus Bons Amigos - Barão vermelho - Os Broncos - Raul Seixas e Rolling Stones - Hideaway - Blues "Andar com fé eu vou porque a fé não costuma falhar!
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Um Bronco Sincero.

Um Operário a serviço da Arte Cultura e Entretenimento
Sou a favor do resgate da cidadania. Todo o bairro deve possuir uma associação de moradores para demandar sobre o cotidiano da comunidade. Sou morador do bairro Jardim Botânico desde 1965 ainda sou testemunha do cotidiano bizarro e desconhecido das autoridades que estão interessadas na administração pública, gestão e glamorização de sua própria carreira o que é bom também para engordarem o ego não levam em conta as generalidades menosprezando o fato de que apenas com a caneta tem tanto poder quanto um exercito.


UM BRONCO SINCERO.
Sou inteligente, especial e uma pessoa valiosa.
Respeito-me e respeito às outras pessoas.
Minhas palavras e ações são amáveis e honestas.
Eu só aceito perfeição em tudo o que faço.
Sou orgulhoso de ser eu mesmo.
Sou muito severo com minha autocrítica.
Mas também posso ser um Redneck!
E os que me conhecem sabem que é raro,
mas quando as pessoas ultrapassam os
limites do que eu considero respeito e bom censo,
posso ser bem bronco.
Não precisa opinar nem sugestionar agora quer me ajudar?
Arregaça as mangas e mãos a obra!
Autodidata.
Sou o irmão do meio.
Olhe bem!!!
Depois de tentarem arrancar minha cabeça!
Sinto-me o próprio Highlander.
Certamente muito determinado.
Há busca de tempos perdidos.
Minhas chances eu mesmo crio.
Vim pra fazer, amanhã é tarde!
Tem outra vida pra viver?
Meu forte espírito exige, só tenho essa.
Tenho muitas coisas pra fazer.
Não meço esforços para cumprir
com todos os meus objetivos e compromissos.
Sai da frente.
Sou paciente, com o pé no fundo.
A cada dia avanço um ponto e aumento um conto.
Pra cada um tenho uma resposta.
Estou cumprindo a missão, construindo o próximo momento
onde celebres mestres um dia, iram se encontrar!
Muita inspiração e pouco papo sempre levei a serio os compromissos da vida desde que deixei de ler gibis aos 9 anos, quando já me dei por conta da realidade, vendo que o bicho que ia me pegar era muito pior que o próprio PAPÃO das estorinhas e seria melhor ser politicamente correto , honesto e acima de qualquer suspeita ou partir pro pau logo de uma vez sem esquecer nunca dos 10 importantes mandamentos.
Com a fé renovada dias após dia e foco nos objetivos eu concentro toda a minha energia e que nunca me falte paz e alegrias amem.
David Segal

Se passar pela frente te flexo!

Se passar pela frente te flexo!
Por traz a pata te pega!

Há diversas formas de liberdade

Uma delas é a liberdade de pensamento, a sua mente, a sua consciência pode ser livre, você não tem que forçosamente acreditar em tudo o que dizem governantes, mídia facciosa, eles impõem falsas verdades na nossa mente.
Não acredite somente numa perspectiva de informação, analise, coloque perguntas a si mesmo sobre determinado assunto, busque informação em fontes de informação alternativas e não censuradas e você encontrará o outro lado da verdade. Você começará a ver mais além, isso ira de certa forma iluminar a sua visão, alargar a visão em vez de olhar somente em frente para uma única "verdade" artificial transmitida pela mídia.
Não se deixe cair na depressão, pois é isso que os governos tentam, quando sobem impostos, quando nos dificultam mais a vida, quando as noticias só mostram atentados, isso conduz-nos á depressão.
Fuja a isso, desenvolva a sua consciência superior, encha o seu íntimo com energias positivas, espiritualize-se e você será um verdadeiro iluminado, um ser bem humorado, você irá menos vezes ao médico, a sua saúde melhorará, você passará a estar uma vibração acima das energias negativas que nos são transmitidas, você estará acima das, mas influências, e sempre que alguma vez você for influenciado mentalmente, você irá notar e vencer isso. Basta ter autoconhecimento, conheça-se a si mesmo.
É isto, resumidamente, o que o sistema procura não se deixe enganar, eles tentam manter-nos na ignorância.
As pessoas pensam que a única forma de diversão é ver programas idiotas na TV ou beber álcool até cair para o lado depois de ter fumado uma carteira de cigarros.
NÃO pense assim.
Mesmo a contra gosto as vezes vegetamos e vivemos como um eremita, ficando fechado em casa assistindo um ou outro filme ,o computador é meu melhor parceiro eu não sei mais sair com amigos e quando o faço não bebo alcool apenas água e assim
dificilmente me viciarei ou você conhece alguem que beba água compulsivamente!

As vezes penso que ser mais um idiota é muito menos doloroso. Faça um bem pra todos e para você elimine o cigarro da sua vida.
Divirtar-se, mas sem abusos, aí você será saudável.
Busque espiritualizar-se, mas não necessáriamente é nescessário aderir a grupos meio ocultos e duvidosos e dividir o seu salário com o Edir Macedo, alguns que se acham demais intelectuais podem entram em conhecidas ordens esotéricas ou fazer parte de cultos religiosos e doar o seu salário como dizimo.
Você pode adquirir conhecimento através de boas leituras, o melhor seria procurar nas suas origens,não leia livros de historinhas esotéricas, pois eles são apenas uma forma de seduzir a mente imaginativa , algumas pessoas buscam ler livros sobre espiritismo, mediunidade, desenvolvimento psíquico, autoconhecimento, auto-ajuda, quem sabe cada um deve proceder conforme exige o seu espirito. Durante a sua busca pessoal procure traçar o seu próprio caminho, as informações certas e as pessoas certas também apareceram pra trocar conhecimento saiba procurar que irão surgir em seu caminho.
Fortaleça-se interiormente, espiritualmente, energeticamente, você ficará mais resistente tendo mais conhecimento na sua mente você reconhecerá quando estiver sendo alvo de alguma influência oculta ou de qualquer tipo de pessoa nefasta. Boa sorte e não perca o foco.

Princípio Básico para Convivência Respeito ao Próximo

Princípio Básico para Convivência Respeito ao Próximo
O Ceifeiro

Confraria do Blues 12 de Março 2010

Confraria do Blues 12 de Março 2010
Cristiano Ferreira Trio & Sergio Stosch e Trouble no More

O mundo é uma tragédia para os que sentem e uma comédia para os que pensam.

“Não é um notável talento o que se exige para assegurar o êxito em qualquer empreendimento, mas sim um firme propósito.”

(Thomas Atkinson)

Mas se juntarmos os dois da uma melhorada.DAvid Segal

Na minha opinião ser judeu é crer que D'eus é unico e gente bestas se proliferam

Na minha opinião ser judeu é crer que D'eus é unico e gente bestas se proliferam
"O ETERNO É NOSSO D'US"

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Clube de Músicos e Apreciarores

Clube de Músicos e Apreciarores
Nunca se ouviu falar ,de nada parecido!

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Baladas via internet aguarde!

Mudou o portão de acesso de pedestres agora é este da direita.

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23. Um salmo de David.

O Eterno é meu pastor
e por isso nada me pode faltar.
Ele me faz repousar em campos verdejantes,
conduz-me a águas tranqüilas.
Restaura minha alma;
guia-me por veredas
da justiça por amor de Seu Nome.
Ainda que eu siga pelo vale das sombras da morte, nada temerei, pois Tu estarás comigo; Teu cajado e teu bordão me darão apoio e conforto.
Preparas-me uma mesa de delícias na presença de meus inimigos. Unges com óleo minha cabeça, meu cálice transborda. Certamente a bondade e misericórdia me acompanharão por todos os dias de minha existência.
E, por todo o sempre, habitarei na Casa do Eterno.

Salomão Teitelbaum -

Salomão Teitelbaum -
Meu bisavô pai da minha avó paterna

Azambujas Blues Band

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Dez anos de blues

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Fico em Paz
É TUDO QUE SE PODE TER

d

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Me cura de toda chatice caretice cafonice....

Me cura de toda chatice caretice cafonice....
David Bass

Eu não consegui evoluir mas voce pode tentar!

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Use os Cinzeiros ,minha coluna esta me matando!

Universo em Expanção

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Saindo pra mais uma aventura!

Saindo pra mais uma aventura!

Darwinista Social de Plantão

Darwinista Social de Plantão
De certo amarei-te. Até o fim estarei junto a ti ! Nessa vida te conduzirei a espreita, indo a teu encontro como anjo da morte darei-te o ultimo beijo..

Significados dos nomes

David: Do hebraico "amado respeitado"
O amado, querido, noivo, tio, predileto e indica uma pessoa que aproveita todas as oportunidades de sucesso que surgem mostrando competência e dedicação.
Sente-se muito atraído pelas aventuras amorosas, mas procura acima de tudo ser um bom chefe de família.
Segal: De Segan levi, Leviyá "ajudante sacerdotal".
Assino embaixo.....uhuhhuu



O que determina o censo de justiça?

Divinamente baseia-se no amor.

Para o homem a "justiça não seria outra coisa senão a conveniência do mais forte "segundo Trasímaco, (REPUBLICA. 338c).

O que esta de acordo com as Leis é o mais justo?

A Justiça se baseia nas Leis.

Leis feitas pelo governo são, não obstante, freqüentemente moldadas nas regras informais de conduta que já existem, na sociedade e nas relações entre pessoas, regulados por uma combinação de todas estas regras.

Com que motivos os governos fazem e obrigam as leis? Controle social é um das respostas. Leis públicas estabelecem a autoridade do próprio governo, e direitos civis provêem uma armação de interação entre cidadãos.

Sem leis, é discutido, haveria anarquia em sociedade.!?

Quer dizer mais anarquia vinda do próprio poder.

Que o sistema usufrua das leis para o bem comum é muito justo!

Agora que sejamos aniquilados e subjugados por quem detém o dever de aplicar as leis é inconcebível!

Você acredita na justiça divina, baseado no amor, na compreensão de D’eus?

Ou como um tirano, um ser vingador, que prefere uns a outros, que condena ao sofrimento eterno,

que veta novas possibilidade de acerto, que nega novas chances, que possui sentimentos humanos.

Seguindo os padrões do Congresso e Senado Federal me parece que justiça é relativa e depende de que lado você está.

O Ceifeiro

O Ceifeiro
"O homem fraco teme a morte, o desgraçado a chama; o valente a procura. Só o sensato a espera." (Benjamin Franklin)

Lula me aguarde estou chegando!

Tente relaxar

Tente  relaxar
"Nossa maior ilusão é acreditar que somos o que pensamos ser."

"A música é nossa paixão"

Believe Entretenimento Estúdios
Clube de Músicos e Apreciadores
1.355 cadastrados
Os nossos encontros sugerem uma pausa nos assuntos do cotidiano.
Agora que esta bem clara pra todos que a política do país é que impede
nosso desenvolvimento como nação e não a questão de saber votar!
Absolva-se desse compromisso que pesa tanto, sobre todos nós e torça
pra que no futuro aquele planalto seja abduzido por seres de outros planetas...
Esquece por alguns instantes desta tragédia nacional, reúna a família,
convide os amigos, pois é necessário em algum momento libertar-se
desta carga emocional, mesmo em meio ao caos é preciso abstrair-se
se não a cabeça não agüenta, saia da rotina!
"Nas Baladas no Believe"
Acompanhando a música aquela pizza quentinha,
drinks e uma cerveja bem gelada!
Na melhor hora do dia, sexta-feira, a partir das 18 horas.
Horário dos shows das 21h00min até meia-noite
Colabore pagando um ingresso de R$10.00
Crianças até 12 anos acompanhadas pelos pais e vizinhos moradores em frente e ao lado do Clube, entrada franca.



Em breve um site novinho

Em breve um site novinho
Uma proxima passagem

Mágico é trabalhar com o invisível

Mágico, hoje é ter respeito humano.

É saber cuidar do corpo, da mente,

do espírito, é montar um ritual para a vida.

Conhecer o oculto harmonizar-se com

os anjos e com as fadas, é ser gente

das Estrelas amando a Terra.

É amar a todos e ser amado por todos.

Isso é magia do ser.

Mágico é curar com cristais,

com as cores, com as plantas,

com as flores ou só com as mãos.

É ter um contato com o Cosmos,

manter esse contato, e saber

fazer os outros entrarem em contato.

Mágico é quem consegue ver a sua

própria realidade antes de buscar

descobrir os segredos da realidade

das estrelas. É viver pela eternidade,

mas conseguir receber aqui mesmo

os tesouros que as traças não comem.

Mágico é ter coragem de ser pioneiro,

sonhar e trabalhar pela Nova Era.

É descobrir, compreender e aceitar

que D’eus é um homem e uma mulher.

É descobrir que o bem e o mal não existem.

É ter coragem de se olhar no espelho.

É olhar com os olhos da Alma!

O covarde nunca começa, o fracassado nunca termina e o vencedor nunca desiste.

O covarde nunca começa, o fracassado nunca termina e o vencedor nunca desiste.
Muitas das grandes realizações do mundo foram feitas por homens cansados e desanimados que continuaram trabalhando

'Para obter algo que você nunca teve, precisa fazer algo que nunca fez'.

'Para obter algo que você nunca teve, precisa fazer algo que nunca fez'.
'Quando D'eus tira algo de você, Ele não está punindo-o, mas apenas abrindo suas mãos para receber algo melhor' ou perceber algo em sua volta 'A Vontade de D'eus nunca irá levá-lo aonde as suas Graças não possam protegê-lo'.

No começo Deus criou o mundo e descansou.
Então, Ele criou o homem e descansou.
Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus,

nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso.

Luís Fernando Veríssimo

"Paul vamos indo logo pro Believe,certo Ringo, vai na frente!"

"Paul vamos indo logo pro Believe,certo Ringo, vai na frente!"

O grande segredo dos Beatles

O grande segredo dos Beatles

[01-10-2007]

Aos fãs do grupo musical esta lenda urbana não deve ser novidade, mas aos que não, seguramente vão achar curiosas toda a série de teorias conspiratórias expostas a seguir. Se você acreditava que o assassinato de JFK era a maior conspiração do século XX, esqueça, é que ainda não tinha ouvido esta lenda.


A história é um famoso "hoax" segundo o qual, supostamente, Paul McCartney morreu há mais de 40 anos. Uma morte que os membros do grupo ocultaram desde então.

O acidente
Em meados dos anos 60, a carreira dos Beatles estava em pleno apogeu. Tinham várias canções no topo das paradas de sucesso do mundo todo, e estavam no caminho de se converter na banda musical mais famosa de todos os tempos. Mas quando o sucesso vem tão rápido, é inevitável que surjam os choques de ego entre os membros do grupo.

Assim, segundo a lenda, em 9 de Novembro de 1966, Paul McCartney abandonou o estúdio de gravação de Abbey Road depois de uma forte discussão com seus colegas; pegou seu Aston-Martin e saiu a toda velocidade sem prestar atenção à estrada até que, ao chegar a um cruzamento, não prestou atenção ao semáforo e foi abalroado por um caminhão.

Brian Epstein, então empresário dos Beatles, foi avisado imediatamente do acidente. Supostamente, Paul tinha ficado tão desfigurado que só foi possível identificá-lo através da arcada dentária. Misteriosamente, Brian conseguiu que a polícia não fizesse referência à morte de Paul. No relatório policial simplesmente constava que um homem jovem tinha perecido no acidente, mas que não teria sido identificado.

Procurando um sustituto
Os Beatles não podiam se permitir perder um membro da banda em seu maior momento de popularidade. A morte de Paul supunha um conflito de interesses, já que este era, junto a Lennon, o membro mas popular do grupo e o preferido entre as mulheres. Lennon e McCartney eram a alma do grupo e os compositores da maior parte das canções. Por isso, e depois de superar o choque de sua morte, Epstein teve uma idéia descabelada: procurar um sustituto, um clone que pudesse pelo menos substituir Paul em sessões fotográficas e atuações. Para sua voz nas gravações, utilizariam diferentes cantores que pudessem imitá-lo.

Finalmente o suposto escolhido, um jovem chamado William Campbell, saiu-se melhor que a encomenda: cantava bem, era ótimo músico e muito parecido com Paul, mas contava com duas importantes diferenças: era destro (Paul era canhoto) e só sabia tocar guitarra. Não foi problema; depois de alguns meses de treinamento no manejo do baixo com a mão esquerda e mais alguns retoques estéticos, estava pronto para sua apresentação em público. Durante anos o falso Paul enganou, mas de repente, em 1969...

Surge a suspeita
O rumor da suposta morte e substituição de Paul McCartney apareceu pela primeira vez em 1969. Tudo começou com um telefonema que alguém chamado "Tom" fez a Russ Gibb, um famoso locutor da WKNR-FM. Graças a cagüetagem, Russ narrou por rádio uma das lendas urbanas mais memoráveis de todos os tempos: a suposta morte de McCartney e o posterior encobrimento.

Pouco depois, Fred Labour, um estudante da Universidade de Michigan, publicou uma curiosa análise no jornal da Universidade sobre "Abbey Road", o disco lançado pelos Beatles nesse mesmo ano. Fred assegurava que na capa e nas letras das músicas do disco se encontravam numerosas pistas que delatavam a existência de uma grande conspiração para ocultar a morte de Paul.

Começaram a realizar-se comparações visuais entre fotografias de McCartney tomadas antes de 1966 e fotografias de anos posteriores (que supostamente seriam de William Campbell). E assim surgiu a lenda. Em alguns meses, os fãs de todo mundo tinham encontrado centenas de referências ocultas ao trágico acontecimento.

O descontentamento dos Beatles
Supostamente os Beatles, descontentes com o secretismo criado ao redor da morte de seu parceiro, dedicaram-se a deixar pistas dispersas aqui e ali sobre o que realmente tinha acontecido. O grande segredo dos Beatles só seria revelado para aquele que soubessem seguir as pistas deixadas pelo grupo em suas obras posteriores a 1966. Vejamos algumas delas:

- Sgt. Pepper's Lonely Hearts Clube Band (1967)
Este álbum conta com uma das capas mais famosas da história da música e, ao mesmo tempo, cheia de simbolismo para a lenda urbana em questão. Nela aparece uma fotografia dos quatro Beatles vestidos como sargentos diante de uma colagem de rostos célebres, entre os quais Marilyn Monroe, Bob Dylan, Cassius Clay, D.H. Lawrence e até Shirley Temple. À esquerda dos Beatles de carne e osso aparecem umas estatúas dos mesmos em cera, mais jovens (tal como eram antes da suposta morte de Paul) e vestidos de traje escuro. Todas os personagens estão ante o que parece ser uma sepultura aberta pelo que a simbologia da morte é evidente.

Sobre a cabeça de Paul, na capa do disco, aparece uma mão aberta. A mão aberta é um símbolo da morte em algumas religiões orientais. É o caso, por exemplo, da chamada "Jain Hand", um símbolo de uma doutrina indiana que representa a reencarnação do alma. Este fato parece ter ainda mais significado se levarmos em conta a relação dos Beatles com a cultura indiana. Ademais ainda poderia ser o símbolo cristão de benção.

Entre estas e outras "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Clube Band" foi o primeiro disco dos Beatles que incluía a letra das canções. Em duas delas há claras referências à morte de Paul. Na faixa 6, "She's Leaving Home" há uma estrofe que diz "Wednesday morning at five o'clock". Estes seriam o dia e a hora exata do suposto acidente de carro. Na última faixa do disco, "A Day In The Life", a letra é ainda mais clara quando diz: "He blew his mind out in a car, he didn’t notice that the lights had changed" (Ele perdeu a cabeça num carro, não percebeu que o semáforo tinha mudado).

- Magical Mistery Tour (1967) e The White Album (1968)
Os Beatles aparecem fantasiados de animais na capa do disco. Enquanto três deles estão de branco, Paul está vestido de negro (a cor da morte). Paul é a morsa ("Walrus", em inglês). Na canção "I'm The Walrus" (Eu sou a morsa) é John Lennon que canta, portanto a morsa é ele. No entanto, posteriormente, na canção "Glass Onion" do álbum "The White Album", John Lennon canta "Well here's another clue for you all. The walrus is Paul" (Bem, aqui há uma última pista para todos vocês. A morsa é Paul). Além do quê, ao final de "I'm The Walrus" pode escutar-se uma voz que diz "Bury me, bury me, bury my body... Oh finally death" (Enterra-me, enterra-me, enterra meu corpo... Oh finalmente morto).

- Yellow Submarine (1969)
O submarino que dá nome ao disco aparece na parte inferior da imagem. A letra da canção que dá título ao disco: "Sky of blue, sea of green in our yellow submarine" (Céu azul, mar verde em nosso submarino amarelo). O submarino representa o ataúde de Paul, enterrado numa colina de grama verde.

Mas este não é o único símbolo claro, já que de novo volta a aparecer a mão aberta sobre a cabeça de Paul.

- Abbey Road (1969)
A capa do último álbum da banda também esta carregada de referências à morte de Paul. Os quatro Beatles aparecem em fila, como encenando um cortejo fúnebre. John Lennon vai vestido de branco: é o pregador, Ringo está de luto, é o amigo do defunto. George Harrison, a sua vez, vai vestido com um roupa informal, estilo cowboy: é o coveiro. Paul é o único dos quatro que está descalço e caminha com os olhos fechados. Em muitas culturas orientais, os defuntos são queimados descalços. Notar também que seu passo está descoordenado com respeito aos demais, como se não pertencesse à procissão.

Por último, o carro negro estacionado à direita, em segundo plano, parece um carro fúnebre. O resto de detalhes são mais sutis, mas claramente reveladores. Há duas pistas que são especialmente importantes. A primeira é que Paul está fumando com um cigarro na mão direita. Recordar que Paul McCartney era canhoto enquanto William Campbell, seu suposto sustituto, era destro, ainda que tenha aprendido a tocar o baixo com a mão esquerda para disimular esta diferença. O segundo detalhe é a placa do fusca branco estacionado em segundo plano, "28 IF" (28 SE) 28 anos seria a idade que teria Paul McCartney no lançamento do disco SE ainda estivesse vivo.



Conclusão:
Notem que toda a história é bem enredada e por mais que pareça (seja) um boato, apenas uma lenda urbana, poderia ter muito bem acontecido sim.

Além de quê, os fatos que geraram todo este "hoax" poderiam sim ter sido uma jogada de mestre e de marketing criados pelo empresário para manter a banda sempre em evidência. Some se ao fato de serem músicos sensacionais e que que estavam a frente de seu tempo não poderia resultar diferente: A melhor banda de todos os tempos.


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Cat.: Curiosidades
Por: Admin
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01-10-2007

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Pelo amor de D'eus ,estou doando minha mulher!!!!

Por que os casais brigam?

Os motivos são muitos. Mas há 5 que quase sempre estão por trás de todos os outros. Vale a pena refletir sobre eles antes de fechar o tempo.

briga de casais

texto Carla Aranha
fotografia Nino Andrés
edição Mariana Sgarioni


Vídeo: na última página (5), nosso editor de arte, Adriano Sambugaro, perde a linha ao ser modelo das fotos dessa matéria

A discussão parece começar do nada. O motivo, muitas vezes banal - como a tradicional toalha molhada deixada em cima da cama -, é capaz de desencadear uma avalanche de acusações que não tem hora para acabar. Pior: no fim das contas, ninguém se lembra direito por que a briga começou e onde é que ela vai parar. Mas o desgaste que o episódio provoca fica por muito tempo e pode causar marcas muitas vezes irreversíveis.

Quando o assunto é relacionamento, esse tipo de quebra-pau não é novidade nenhuma. Brigar dói, cansa, causa tristeza depois, além de ser chato pra burro. Mesmo sabendo disso, por que raios os casais ainda insistem em brigar tanto?

É claro que tudo depende da situação - até porque há casos em que uma boa discussão é necessária para acertar os ponteiros. "Muitas vezes, o conflito é legítimo, e afastá-lo é que seria uma má política", afirma a terapeuta de casais Andréa Seixas Magalhães, da PUC-RJ. Convenhamos: aquele modelo de casal dos anos 50, em que as brigas eram raríssimas - até porque a maioria dos problemas acabava debaixo do tapete -, não deixou saudades.

Para o casal de psicanalistas franceses Jacques e Claire Pujol, todo relacionamento vivo tem lá seus momentos de colisão. "Os dois parceiros não são semelhantes, suas esperanças não são idênticas e as frustrações surgem quando as necessidades não são satisfeitas", dizem. Até aí, tudo normal. O estranho, diz a psicanalista americana Mary Jacksch, é usar uma briga para lavar-roupa suja, apontando com o dedo em riste o que se considera que sejam os piores defeitos do parceiro.

Pode parecer utópico, mas os psicólogos garantem que é possível discutir sem agredir ou magoar, focando na queixa em questão - que pode ser legítima. "É um treinamento, mas as pessoas podem, sim, se esforçar para manter o respeito e tentar resolver o problema, em vez de partir para o ataque."

Já que a maior parte dos conflitos poderia - e deveria - ser evitada, selecionamos, com a ajuda de especialistas, 5 motivos um tanto comuns de brigas de casais. Pense bem se você já esteve nestas situações. Ah, sim: e esqueça a toalha molhada, por favor. Provavelmente ela nada tem a ver com a razão da sua implicância e do seu mau humor.

briga de casais

1. Engolir sapo faz parte

Uma das principais características das relações dos dias de hoje é que estamos priorizando apenas o que nos dá prazer, evitando percalços inerentes a qualquer história amorosa. Como ninguém é perfeito, é lógico que os conflitos não demoram a aparecer. É o que afirma o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, autor do livro O Amor Líquido. Segundo ele, "queremos tudo para ontem e de preferência sem dores de cabeça". Refletir sobre a sociedade que tem entre seus valores o consumo e o descartável ajuda a entender o fenômeno. O antropólogo Edgar de Assis Carvalho, da PUC-SP, também atribui ao estímulo consumista o nascimento de uma nova maneira de pensar, em que importaria mais colecionar namoros do que ter um casamento só, para a vida toda. "Uma cultura consumista favorece o produto pronto para uso imediato e resultados que não exijam esforços muito prolongados", diz Bauman. Trocando em miúdos: apesar de não ser uma máquina, a pessoa que está a seu lado também pode dar defeito. A diferença é que pode valer bem mais a pena investir no seu conserto em vez de jogála no lixo e rapidamente procurar outra nova.

2. O outro não vai mudar

Um dos fenômenos que mais contribuem para o desequilíbrio das relações é o que os especialistas chamam de um tipo de complexo de My Fair Lady - peça de Bernard Shaw que deu origem a um premiado filme dos anos 60, em que um homem faz de tudo para transformar o objeto de seu interesse, uma humilde vendedora de flores, em uma educada senhora da alta sociedade. Na peça, o final da história não é nada feliz: o casal não termina junto, pois a mocinha vai embora e o homem fica a ver navios. Para a psicanalista americana Mary Jaksch, especializada em relacionamentos, é exatamente isso que acontece quando se aposta em uma mudança de estilo de vida e até de personalidade do parceiro. Mais: acreditar que o outro vai se moldar ao que o companheiro deseja, como se fosse o barro nas mãos do escultor, é meio caminho andado para a frustração e uma vida a dois repleta de desentendimentos. "Nesses casos a raiva e o desapontamento tomam conta e as brigas se sucedem", diz ela.

briga de casais

3. Filhos imitam pais

Segundo Jacques e Claire Pujol, quem briga muito também pode estar repetindo um comportamento herdado dos pais, na infância. "As crianças têm uma tendência a absorver e até imitar o que vêem os pais fazendo, por isso, pais que discutem com freqüência, e na frente dos filhos, podem estar transmitindo um modelo que mais tarde essa criança irá repetir na idade adulta", diz Claire. É a cena clássica da família briguenta das comédias de pastelão, em que a mãe ameaça o pai com um rolo de macarrão, ele dá um berro, ela grita de volta e no final - espera-se - eles fazem as pazes com juras de amor. Na televisão ou no cinema até pode parecer engraçado. Mas, para quem passou a vida assistindo a episódios de violência (mesmo que tenha sido apenas verbal) dentro de casa, a história é outra. "É preocupante. A criança pode crescer achando que aquilo é o normal", diz Claire Pujol. Se a sua família sempre foi briguenta, lembre-se que é você quem escreve a sua história depois de adulto - e é possível escolher uma vida diferente, em paz.

4. Tolerar é preciso

Se não houver muita paciência para resolver os espinhos comuns da vida a dois, nada vai para a frente. "Não é fácil dividir a vida com alguém que certamente terá hábitos diferentes dos seus e uma outra personalidade. Sem flexibilidade e uma certa dose de paciência, a tendência é haver muitas discussões", diz Andréa Seixas Magalhães. A psicóloga Claire Pujol lembra também que cada um tem as próprias expectativas sobre o parceiro. "É um contrato de relação não escrito, mas que existe", diz ela. Algumas vezes um ou outro irá furar alguma cláusula - isso é normal. E é claro que em muitos momentos será preciso conversar. Mas deixar o sangue ferver não ajuda em nada.

5. Relacionamento não é trabalho

Um alto nível de exigência e rapidez pode ser muito útil no ambiente de trabalho, mas nada tem a ver com a natureza dos relacionamentos, que têm seu próprio tempo e são uma construção diária, a ser feita tijolo a tijolo. "Qualquer relação humana é algo que evolui no dia-a-dia, no próprio ritmo, que não tem nada a ver com a cobrança do mundo capitalista, onde sempre tem que se produzir algo", diz Andréa Magalhães. Querer que tudo se resolva logo e ainda colocar prazos para que determinadas atitudes se produzam no relacionamento são maneiras de agir que não funcionam. Pior, elas criam um clima de estresse que pode estragar os bons momentos. Pressionar, exigir e cobrar simplesmente são verbos que não se encaixam na sutileza inerente ao amor.

briga de casais

Como brigar

Tudo bem, você tem um conflito a resolver. Mas tem certeza de que sabe qual é o problema? Antes de sentar para conversar, é bom ter claro o que deseja abordar. Procure manter-se focado no tema que está sendo discutido. Querer falar de tudo o que incomoda, e não apenas de um assunto, pode atrapalhar. Ser respeitoso, mesmo no meio de uma discussão, é meio caminho andado para ter uma conversa construtiva. Em vez de acusar o parceiro, explique como você se sente em determinado tipo de situação que o desagrada. É a melhor maneira de ser ouvido. Esteja preparado para realmente ouvir o outro e rever as próprias posições, se for o caso. A idéia, afinal de contas, não é impor o seu ponto de vista, e sim dialogar.

Como não brigar

Atacar o parceiro é a melhor maneira de não resolver um conflito. Xingamentos e agressões devem ficar de fora da discussão. Se você estiver alterado, prestes a explodir, é melhor deixar a conversa para depois, para não correr o risco de perder a cabeça. Nunca parta para as ameaças. Se você está procurando melhorar o relacionamento, para que dizer, sem uma reflexão prévia, que quer terminar? Só irá piorar a situação. Ridicularizar o outro também está fora de questão. Não há justificativas para humilhar alguém, mesmo que você esteja com muita raiva da pessoa. Usar um tom imperativo, tipo "você tem que fazer isso ou aquilo", só serve para colocar o outro na defensiva. E não é isso que você quer, certo?

Para saber mais

Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos
Zygmunt Bauman, Jorge Zahar, 2004.
O Potencial Criativo do Conflito no Casamento
Jacques Pujol, Claire Pujol. Vida, 2001.
Aprenda a Amar
Mary Jaksch, Publifolha, 2007.

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eU ESTAVA PROCURANDO 1 ARTIGO SOBRE A QUANTIDADE DE GENTE IGNORANTE NO BRASIL E ACHEI !!!!

Tenho 85% de certeza que você é um idiota!

October 3rd, 2007 | Escrito por: Bighi Deixe seu comentário »

Inclusão DigitalOs números são nossos amigos, os números não mentem. O número de usuários na internet só cresce, e 85% das pessoas que estão usando a internet no Brasil são completos idiotas. O que me garante que você, que está lendo isso aqui, tem 85% de chance de ser um destes idiotas. Você aí, você mesmo. Você pode ser um deles.

Vejamos… o que te fez passar a usar a internet foi o Orkut ou o MSN? Você escrevia 10 ou 15 linhas de texto em um ano inteiro, e passou a escrever muito mais na internet? Você troca suas palavras no msn por imagens que brilham e piscam? Você ignora acentuação e vírgula, e troca as letras das palavras por outras soh pra falah axim, kra? Você lê em um dia no orkut mais do que leu nos últimos cinco anos?

Se a resposta pra qualquer das perguntas foi sim, então sinto muito, mas você é um idiota. Ou melhor, eu não sinto muito.

São pessoas que são capazes de ler um texto inteiro de um blog, e depois deixar um comentário fazendo uma pergunta cuja resposta estava ali em cima, no texto que acabou de ler. Pessoas capazes de ler textos do Carlos Cardoso onde ele escreve “isto é uma fraude” e depois perguntam nos comentários: “ah, eu recebi esse texto por e-mail, isso daí é uma fraude ou é sério?”

O problema, ao contrário do que o Ziraldo disse, não é a internet. O problema são as pessoas. Tudo que a internet faz é dar um meio das pessoas passarem a falar suas idiotices para todo o mundo, ao invés de falar apenas para seus miguxos. Entrar na internet é muito fácil, a pessoa só precisa comprar um computador no ponto frio com “internet dentro”, clicar no ícone bonito que o técnico colocou no seu desktop e pronto, estão na internet.

Uma pesquisa do Ibope confirma, segundo um artigo do terra:

75% das pessoas com mais de 15 anos não sabem ler nem escrever direito. Segundo a pesquisa, o número de pessoas que está no grupo de nível 2 de analfabetismo cresceu, passando de 34% para 38%. Este grupo é formado por pessoas que são capazes de ler textos curtos e localizam apenas algumas informações explícitas.

Sejamos francos, quem é que já não imaginava isso? Bom, provavelmente a resposta será “85% da população”. Vou até além: digo que nos próximos anos, esse número de analfabetos funcionais aumentará ainda mais. Afinal, boa parte dos adolescentes de hoje em dia são completos idiotas. Não lêem jornal, não lêem livros, na televisão assistem apenas BBB e na internet só sabem entrar no orkut e msn. Existe meio mais rápido de perder a total capacidade de não saber entender o que se lê?

Cardoso escreveu que se pegássemos a maioria dessas pessoas da internet e tirássemos um raio-x de seu cérebro, não teria muita diferença de um pé de salsinha. Estou muito, mas muito tentado a concordar com ele. Provavelmente vou receber muitos xingamentos, claro, de pessoas que só lerão o título deste texto. Pra essas pessoas, eu digo: vocês são idiotas, ou melhor, vcs saum idiohtax kras. Para os outros 15% que realmente sabem entender o que leram, sintam-se tranqüilos, vocês escaparam.

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Qual é o Problema?

Qual é o Problema?

“Razões para o tratamento superficial dos problemas por nós, brasileiros”.

Autor: Stephen Kanitz

Stephen Kanitz é brasileiro nato, com mestrado em administração por Harvard.

Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano.

Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes do início das aulas.

O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma análise do presidente sobre a situação.

O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado de palavras? Eu, como meus outros colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo "Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de marketing?". Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo "Quem descobriu o Brasil?".

Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que precisam ser respondidas ao longo da vida.

Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em que decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular.

Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível.

"Professor, qual é a pergunta?", perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era justamente a primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: "Como vamos resolver uma questão que não foi sequer formulada?".

Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular.

Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as questões do mundo já foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser apresentá-las, e a obrigação dos alunos é repeti-las na prova final.

Em seu primeiro dia de trabalho você vai descobrir que seu patrão não lhe perguntará quem descobriu o Brasil e não lhe pagará um salário por isso no fim do mês. Nem vai lhe pedir para resolver "4/2 = ?". Em toda a minha vida profissional nunca encontrei um quadrado perfeito, muito menos uma divisão perfeita, os números da vida sempre terminam com longas casas decimais.

Seu patrão vai querer saber de você quais são os problemas que precisam ser resolvidos em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas.

Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais perguntas a serem feitas, depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos solução para os inúmeros problemas brasileiros de hoje. O maior erro que se pode cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas errados.

Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez definido qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a ser encontrada.

Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair arrogantemente ditando respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas.


Hospital público de Israel receita maconha para pacientes

Domingo, 06/12/2009

A droga foi liberada no começo da década para fins médicos. A partir de 2004, uma organização não-governamental chamada Tikun Olam, `consertando o mundo`, foi autorizada a iniciar o plantio da erva.

Citado há 6 mil anos nos mais antigos livros da medicina chinesa, o uso terapêutico da maconha ganha espaço no século 21. Em Israel, pacientes cadastrados para tratamento à base de maconha já podem usar o fumódromo de um hospital público.

Ran Gottlieb sofre de dores na coluna há mais de 30 anos. Um acidente há alguns meses agravou o sofrimento. A cada consulta, ele recebe do médico uma dose de maconha. Ran diz que estava ficando dependente de analgésicos à base de morfina e que eles não aliviavam mais o sofrimento. E que agora, com um ou dois cigarros por dia, consegue acordar sem dor.

Nesta semana, pela primeira vez, o governo israelense autorizou um hospital público a realizar o tratamento e a receitar maconha para os doentes. E mais: os pacientes podem fazer uso da medicação, quer dizer, fumar a maconha, dentro do hospital.

O Dr. Itay Goor Aryeh diz que a autorização para usar a maconha dentro do hospital foi o passo natural no processo que já autorizava o uso médico da erva em ambulatórios e na casa dos pacientes.

Em Israel, o uso recreativo da maconha é proibido. Mas, para fins médicos, a droga foi liberada no começo da década. E, a partir de 2004, uma organização não-governamental chamada Tikun Olam, "consertando o mundo", foi autorizada a iniciar o plantio da erva.

Uma das estufas mantidas pela organização, e autorizada pelo governo israelense, fica em algum ponto no norte do país. Por medida de segurança, não se pode dizer a localização exata, mas ali estão 10 mil vasos de maconha que serão usados para fins medicinais.

O cultivo é cuidadoso: a área reservada às plantas mais novas é uma espécie de maternidade, com luz artificial 24 horas.

O psiquiatra Yehuda Baruch é o responsável pelo programa que receita maconha medicinal em Israel. Ele diz que os principais pacientes são os que sofrem de dor crônica. E os que têm câncer.

Segundo o médico, durante a quimioterapia, a maconha reduz as náuseas, aumenta o apetite e, com isso, ajuda a controlar a perda de peso.

Segundo o Dr. Baruch, a dose média por paciente é de 60g por mês, o que seria equivalente a mais ou menos 60 cigarros. É a prescrição para Jacob Koslovikz, que viveu quase 30 anos no Brasil e voltou para Israel. Em 2007, depois de se submeter a uma cirurgia para a retirada de tumores no intestino grosso, ele entrou para o programa.

Pelo menos uma vez por semana, Jacob e mais 700 pessoas pegam a sua porção medicinal da maconha, que pode ser entregue de duas maneiras. Uma delas é em um saquinho plástico, com o que eles chamam de flores secas. E a outra maneira é moída. Neste caso, os voluntários já pegam e enrolam alguns cigarros que mais tarde serão distribuídos aos pacientes.

Ao chegar, cada paciente mostra a identidade e o papel que autoriza a retirada da maconha. O nome é rigorosamente checado na lista.

O ex-militar Shmuel perdeu parte da perna esquerda, atingida por um míssil em Gaza. Ele conta que no princípio resistiu ao programa, porque sempre viu a maconha como uma droga prejudicial ao usuário. Mas que, hoje, consegue suportar a dor fantasma - a sensação dolorosa na perna que já não tem. Shmuel voltou a estudar, frequenta academia e tem uma vida normal.

Mas os médicos esclarecem: o tratamento não funciona para todos os pacientes. Muitos sentem tonteira e confusão mental, e é contraindicado a jovens com menos de 20 anos, que podem desenvolver esquizofrenia quando mais velhos.

Pelo menos 400 substâncias da maconha ainda estão sendo estudadas. Mesmo assim, alguns países começam a testar a receita já seguida, principalmente, em Israel, Holanda, Canadá e Estados Unidos.

Em novembro, na cidade americana de Portland, um café passou a permitir o consumo a pacientes com certificado médico. É a primeira opção nos Estados Unidos que estes pacientes têm para usar a maconha fora de suas casas.

Você sabe porque a maconha é proibida? Sabe mesmo?

Perguntas respondidas

Você realmente sabe porque a Cannabis Sativa foi proibida em vários países? Porque o alcool que é bem mais nocivo à saúde não é proibido??
A falta de informação, sobre o assunto geram polemicas, ,apologias,o fato é que a ignorancia sobre o assunto drogas é muito pior e tras muito mais problemas para os brasileiros.
Por isto espero estar sanando a duvida.

Artigo da Revista Superinteressante. Toda a verdade sobre a maconha, fundamentada em várias referências bibliográficas e estudos diversos. Cientificamente corretos.

A verdade sobre a maconha

Poucos assuntos dão margem a tanta mentira, tanta deturpação, tanta desinformação. Afinal, quais os verdadeiros motivos por trás da proibição da maconha? A droga faz mal ou não? E isso importa?

Denis Russo Burgierman / Alceu Nunes

Por que a maconha é proibida? Porque faz mal à saúde. Será mesmo? Então, por que o bacon não é proibido? Ou as anfetaminas? E, diga-se de passagem, nenhum mal sério à saúde foi comprovado para o uso esporádico de maconha. A guerra contra essa planta foi motivada muito mais por fatores raciais, econômicos, políticos e morais do que por argumentos científicos. E algumas dessas razões são inconfessáveis. Tem a ver com o preconceito contra árabes, chineses, mexicanos e negros, usuários freqüentes de maconha no começo do século XX. Deve muito aos interesses de indústrias poderosas dos anos 20, que vendiam tecidos sintéticos e papel e queriam se livrar de um concorrente, o cânhamo. Tem raízes também na bem-sucedida estratégia de dominação dos Estados Unidos sobre o planeta. E, é claro, guarda relação com o moralismo judaico-cristão (e principalmente protestante-puritano), que não aceita a idéia do prazer sem merecimento – pelo mesmo motivo, no passado, condenou-se a masturbação.

Não é fácil falar desse assunto – admito que levei um dia inteiro para compor o parágrafo acima. O tema é tão carregado de ideologia e as pessoas têm convicções tão profundas sobre ele que qualquer convite ao debate, qualquer insinuação de que estamos lidando mal com o problema já é interpretada como "apologia às drogas" e, portanto, punível com cadeia. O fato é que, apesar da desinformação dominante, sabe-se muito sobre a maconha. Ela é cultivada há milênios e centenas de pesquisas já foram feitas sobre o assunto. O que tentei fazer foi condensar nestas páginas o conhecimento que a humanidade reuniu sobre a droga nos milênios em que convive com ela.

Por que é proibido?

"O corpo esmagado da menina jazia espalhado na calçada um dia depois de mergulhar do quinto andar de um prédio de apartamentos em Chicago. Todos disseram que ela tinha se suicidado, mas, na verdade, foi homicídio. O assassino foi um narcótico conhecido na América como marijuana e na história como haxixe. Usado na forma de cigarros, ele é uma novidade nos Estados Unidos e é tão perigoso quanto uma cascavel." Começa assim a matéria "Marijuana: assassina de jovens", publicada em 1937 na revista American Magazine. A cena nunca aconteceu. O texto era assinado por um funcionário do governo chamado Harry Anslinger. Se a maconha, hoje, é ilegal em praticamente todo o mundo, não é exagero dizer que o maior responsável foi ele.

Nas primeiras décadas do século XX, a maconha era liberada, embora muita gente a visse com maus olhos. Aqui no Brasil, maconha era "coisa de negro", fumada nos terreiros de candomblé para facilitar a incorporação e nos confins do país por agricultores depois do trabalho. Na Europa, ela era associada aos imigrantes árabes e indianos e aos incômodos intelectuais boêmios. Nos Estados Unidos, quem fumava eram os cada vez mais numerosos mexicanos – meio milhão deles cruzaram o Rio Grande entre 1915 e 1930 em busca de trabalho. Muitos não acharam. Ou seja, em boa parte do Ocidente, fumar maconha era relegado a classes marginalizadas e visto com antipatia pela classe média branca.

Pouca gente sabia, entretanto, que a mesma planta que fornecia fumo às classes baixas tinha enorme importância econômica. Dezenas de remédios – de xaropes para tosse a pílulas para dormir – continham cannabis. Quase toda a produção de papel usava como matéria-prima a fibra do cânhamo, retirada do caule do pé de maconha. A indústria de tecidos também dependia da cannabis – o tecido de cânhamo era muito difundido, especialmente para fazer cordas, velas de barco, redes de pesca e outros produtos que exigissem um material muito resistente. A Ford estava desenvolvendo combustíveis e plásticos feitos a partir do óleo da semente de maconha. As plantações de cânhamo tomavam áreas imensas na Europa e nos Estados Unidos.

Em 1920, sob pressão de grupos religiosos protestantes, os Estados Unidos decretaram a proibição da produção e da comercialização de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, que durou até 1933. Foi aí que Henry Anslinger surgiu na vida pública americana – reprimindo o tráfico de rum que vinha das Bahamas. Foi aí, também, que a maconha entrou na vida de muita gente – e não só dos mexicanos. "A proibição do álcool foi o estopim para o ‘boom’ da maconha", afirma o historiador inglês Richard Davenport-Hines, especialista na história dos narcóticos, em seu livro The Pursuit of Oblivion (A busca do esquecimento, ainda sem versão para o Brasil). "Na medida em que ficou mais difícil obter bebidas alcoólicas e elas ficaram mais caras e piores, pequenos cafés que vendiam maconha começaram a proliferar", escreveu.

Anslinger foi promovido a chefe da Divisão de Controle Estrangeiro do Comitê de Proibição e sua tarefa era cuidar do contrabando de bebidas. Foi nessa época que ele percebeu o clima de antipatia contra a maconha que tomava a nação. Clima esse que só piorou com a quebra da Bolsa, em 1929, que afundou a nação numa recessão. No sul do país, corria o boato de que a droga dava força sobre-humana aos mexicanos, o que seria uma vantagem injusta na disputa pelos escassos empregos. A isso se somavam insinuações de que a droga induzia ao sexo promíscuo (muitos mexicanos talvez tivessem mais parceiros que um americano puritano médio, mas isso não tem nada a ver com a maconha) e ao crime (com a crise, a criminalidade aumentou entre os mexicanos pobres, mas a maconha é inocente disso). Baseados nesses boatos, vários Estados começaram a proibir a substância. Nessa época, a maconha virou a droga de escolha dos músicos de jazz, que afirmavam ficar mais criativos depois de fumar.

Anslinger agarrou-se firme à bandeira proibicionista, batalhou para divulgar os mitos antimaconha e, em 1930, quando o governo, preocupado com a cocaína e o ópio, criou o FBN (Federal Bureau of Narcotics, um escritório nos moldes do FBI para lidar com drogas), ele articulou para chefiá-lo. De repente, de um cargo burocrático obscuro, Anslinger passou a ser o responsável pela política de drogas do país. E quanto mais substâncias fossem proibidas, mais poder ele teria.

Mas é improvável que a cruzada fosse motivada apenas pela sede de poder. Outros interesses devem ter pesado. Anslinger era casado com a sobrinha de Andrew Mellon, dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais investidores da igualmente gigante Du Pont. "A Du Pont foi uma das maiores responsáveis por orquestrar a destruição da indústria do cânhamo", afirma o escritor Jack Herer, em seu livro The Emperor Wears No Clothes (O imperador está nu, ainda sem tradução). Nos anos 20, a empresa estava desenvolvendo vários produtos a partir do petróleo: aditivos para combustíveis, plásticos, fibras sintéticas como o náilon e processos químicos para a fabricação de papel feito de madeira. Esses produtos tinham uma coisa em comum: disputavam o mercado com o cânhamo.

Seria um empurrão considerável para a nascente indústria de sintéticos se as imensas lavouras de cannabis fossem destruídas, tirando a fibra do cânhamo e o óleo da semente do mercado. "A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon", afirma o jurista Wálter Maierovitch, especialista em tráfico de entorpecentes e ex-secretário nacional antidrogas.

Anslinger tinha um aliado poderoso na guerra contra a maconha: William Randolph Hearst, dono de uma imensa rede de jornais. Hearst era a pessoa mais influente dos Estados Unidos. Milionário, comandava suas empresas de um castelo monumental na Califórnia, onde recebia artistas de Hollywood para passear pelo zoológico particular ou dar braçadas na piscina coberta adornada com estátuas gregas. Foi nele que Orson Welles se inspirou para criar o protagonista do filme Cidadão Kane. Hearst sabidamente odiava mexicanos. Parte desse ódio talvez se devesse ao fato de que, durante a Revolução Mexicana de 1910, as tropas de Pancho Villa (que, aliás, faziam uso freqüente de maconha) desapropriaram uma enorme propriedade sua. Sim, Hearst era dono de terras e as usava para plantar eucaliptos e outras árvores para produzir papel. Ou seja, ele também tinha interesse em que a maconha americana fosse destruída – levando com ela a indústria de papel de cânhamo.

Hearst iniciou, nos anos 30, uma intensa campanha contra a maconha. Seus jornais passaram a publicar seguidas matérias sobre a droga, às vezes afirmando que a maconha fazia os mexicanos estuprarem mulheres brancas, outras noticiando que 60% dos crimes eram cometidos sob efeito da droga (um número tirado sabe-se lá de onde). Nessa época, surgiu a história de que o fumo mata neurônios, um mito repetido até hoje. Foi Hearst que, se não inventou, ao menos popularizou o nome marijuana (ele queria uma palavra que soasse bem hispânica, para permitir a associação direta entre a droga e os mexicanos). Anslinger era presença constante nos jornais de Hearst, onde contava suas histórias de terror. A opinião pública ficou apavorada. Em 1937, Anslinger foi ao Congresso dizer que, sob o efeito da maconha, "algumas pessoas embarcam numa raiva delirante e cometem crimes violentos".

Os deputados votaram pela proibição do cultivo, da venda e do uso da cannabis, sem levar em conta as pesquisas que afirmavam que a substância era segura. Proibiu-se não apenas a droga, mas a planta. O homem simplesmente cassou o direito da espécie Cannabis sativa de existir.

Anslinger também atuou internacionalmente. Criou uma rede de espiões e passou a freqüentar as reuniões da Liga das Nações, antecessora da ONU, propondo tratados cada vez mais duros para reprimir o tráfico internacional. Também começou a encontrar líderes de vários países e a levar a eles os mesmos argumentos aterrorizantes que funcionaram com os americanos. Não foi difícil convencer os governos – já na década de 20 o Brasil adotava leis federais antimaconha. A Europa também embarcou na onda proibicionista.

"A proibição das drogas serve aos governos porque é uma forma de controle social das minorias", diz o cientista político Thiago Rodrigues, pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos. Funciona assim: maconha é coisa de mexicano, mexicanos são uma classe incômoda. "Como não é possível proibir alguém de ser mexicano, proíbe-se algo que seja típico dessa etnia", diz Thiago. Assim, é possível manter sob controle todos os mexicanos – eles estarão sempre ameaçados de cadeia. Por isso a proibição da maconha fez tanto sucesso no mundo. O governo brasileiro achou ótimo mais esse instrumento para manter os negros sob controle. Os europeus também adoraram poder enquadrar seus imigrantes.

A proibição foi virando uma forma de controle internacional por parte dos Estados Unidos, especialmente depois de 1961, quando uma convenção da ONU determinou que as drogas são ruins para a saúde e o bem-estar da humanidade e, portanto, eram necessárias ações coordenadas e universais para reprimir seu uso. "Isso abriu espaço para intervenções militares americanas", diz Maierovitch. "Virou um pretexto oportuno para que os americanos possam entrar em outros países e exercer os seus interesses econômicos."

Estava erguida uma estrutura mundial interessada em manter as drogas na ilegalidade, a maconha entre elas. Um ano depois, em 1962, o presidente John Kennedy demitiu Anslinger – depois de nada menos que 32 anos à frente do FBN. Um grupo formado para analisar os efeitos da droga concluiu que os riscos da maconha estavam sendo exagerados e que a tese de que ela levava a drogas mais pesadas era furada. Mas não veio a descriminalização. Pelo contrário. O presidente Richard Nixon endureceu mais a lei, declarou "guerra às drogas" e criou o DEA (em português, Escritório de Coação das Drogas), um órgão ainda mais poderoso que o FBN, porque, além de definir políticas, tem poder de polícia.

Maconha faz mal?

Taí uma pergunta que vem sendo feita faz tempo. Depois de mais de um século de pesquisas, a resposta mais honesta é: faz, mas muito pouco e só para casos extremos. O uso moderado não faz mal. A preocupação da ciência com esse assunto começou em 1894, quando a Índia fazia parte do Império Britânico. Havia, então, a desconfiança de que o bhang, uma bebida à base de maconha muito comum na Índia, causava demência. Grupos religiosos britânicos reivindicavam sua proibição. Formou-se a Comissão Indiana de Drogas da Cannabis, que passou dois anos investigando o tema. O relatório final desaconselhou a proibição: "O bhang é quase sempre inofensivo quando usado com moderação e, em alguns casos, é benéfico. O abuso do bhang é menos prejudicial que o abuso do álcool".

Em 1944, um dos mais populares prefeitos de Nova York, Fiorello La Guardia, encomendou outra pesquisa. Em meio à histeria antimaconha de Anslinger, La Guardia resolveu conferir quais os reais riscos da tal droga assassina. Os cientistas escolhidos por ele fizeram testes com presidiários (algo comum na época) e concluíram: "O uso prolongado da droga não leva à degeneração física, mental ou moral". O trabalho passou despercebido no meio da barulheira proibicionista de Anslinger.

A partir dos anos 60, várias pesquisas parecidas foram encomendadas por outros governos. Relatórios produzidos na Inglaterra, no Canadá e nos Estados Unidos aconselharam um afrouxamento nas leis. Nenhuma dessas pesquisas foi suficiente para forçar uma mudança. Mas a experiência mais reveladora sobre a maconha e suas conseqüências foi realizada fora do laboratório. Em 1976, a Holanda decidiu parar de prender usuários de maconha desde que eles comprassem a droga em cafés autorizados. Resultado: o índice de usuários continua comparável aos de outros países da Europa. O de jovens dependentes de heroína caiu – estima-se que, ao tirar a maconha da mão dos traficantes, os holandeses separaram essa droga das mais pesadas e, assim, dificultaram o acesso a elas.

Nos últimos anos, os possíveis males da maconha foram cuidadosamente escrutinados – às vezes por pesquisadores competentes, às vezes por gente mais interessada em convencer os outros da sua opinião. Veja abaixo um resumo do que se sabe:

Câncer

Não se provou nenhuma relação direta entre fumar maconha e câncer de pulmão, traquéia, boca e outros associados ao cigarro. Isso não quer dizer que não haja. Por muito tempo, os riscos do cigarro foram negligenciados e só nas últimas duas décadas ficou claro que havia uma bomba-relógio armada – porque os danos só se manifestam depois de décadas de uso contínuo. Há o temor de que uma bomba semelhante esteja para explodir no caso da maconha, cujo uso se popularizou a partir dos anos 60. O que se sabe é que o cigarro de maconha tem praticamente a mesma composição de um cigarro comum – a única diferença significativa é o princípio ativo. No cigarro é a nicotina, na maconha o tetrahidrocanabinol, ou THC. Também é verdade que o fumante de maconha tem comportamentos mais arriscados que o de cigarro: traga mais profundamente, não usa filtro e segura a fumaça por mais tempo no pulmão (o que, aliás, segundo os cientistas, não aumenta os efeitos da droga).

Em compensação, boa parte dos maconheiros fuma muito menos e pára ou reduz o consumo depois dos 30 anos (parar cedo é sabidamente uma forma de diminuir drasticamente o risco de câncer). Em resumo: o usuário eventual de maconha, que é o mais comum, não precisa se preocupar com um aumento grande do risco de câncer. Quem fuma mais de um baseado por dia há mais de 15 anos deve pensar em parar.

Dependência

Algo entre 6% e 12% dos usuários, dependendo da pesquisa, desenvolve um uso compulsivo da maconha (menos que a metade das taxas para álcool e tabaco). A questão é: será que a maconha é a causa da dependência ou apenas uma válvula de escape. "Dependência de maconha não é problema da substância, mas da pessoa", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Escola Paulista de Medicina. Segundo Dartiu, há um perfil claro do dependente de maconha: em geral, ele é jovem, quase sempre ansioso e eventualmente depressivo. Pessoas que não se encaixam nisso não desenvolvem o vício. "E as que se encaixam podem tanto ficar dependentes de maconha quanto de sexo, de jogo, de internet", diz.

Muitos especialistas apontam para o fato de que a maconha está ficando mais perigosa – na medida em que fica mais potente. Ao longo dos últimos 40 anos, foi feito um melhoramento genético, cruzando plantas com alto teor de THC. Surgiram variedades como o skunk. No último ano, foram apreendidos carregamentos de maconha alterada geneticamente no Leste europeu – a engenharia genética é usada para aumentar a potência, o que poderia aumentar o potencial de dependência. Segundo o farmacólogo Leslie Iversen, autor do ótimo The Science of Marijuana (A ciência da maconha, sem tradução para o português) e consultor para esse tema da Câmara dos Lordes (o Senado inglês), esses temores são exagerados e o aumento da concentração de THC não foi tão grande assim.

Para além dessa discussão, o fato é que, para quem é dependente, maconha faz muito mal. Isso é especialmente verdade para crianças e adolescentes. "O sujeito com 15 anos não está com a personalidade formada. O uso exagerado de maconha pode ser muito danoso a ele", diz Dartiu. O maior risco para adolescentes que fumam maconha é a síndrome amotivacional, nome que se dá à completa perda de interesse que a droga causa em algumas pessoas. A síndrome amotivacional é muito mais freqüente em jovens e realmente atrapalha a vida – é quase certeza de bomba na escola e de crise na família.

Danos cerebrais

"Maconha mata neurônios." Essa frase, repetida há décadas, não passa de mito. Bilhões de dólares foram investidos para comprovar que o THC destrói tecido cerebral – às vezes com pesquisas que ministravam doses de elefante em ratinhos –, mas nada foi encontrado.

Muitas experiências foram feitas em busca de danos nas capacidades cognitivas do usuário de maconha. A maior preocupação é com a memória. Sabe-se que o usuário de maconha, quando fuma, fica com a memória de curto prazo prejudicada. São bem comuns os relatos de pessoas que têm idéias que parecem geniais durante o "barato", mas não conseguem lembrar-se de nada no momento seguinte. Isso acontece porque a memória de curto prazo funciona mal sob o efeito de maconha e, sem ela, as memórias de longo prazo não são fixadas (é por causa desse "desligamento" da memória que o usuário perde a noção do tempo). Mas esse dano não é permanente. Basta ficar sem fumar que tudo volta a funcionar normalmente. O mesmo vale para o raciocínio, que fica mais lento quando o usuário fuma muito freqüentemente.

Há pesquisas com usuários "pesados" e antigos, aqueles que fumam vários baseados por dia há mais de 15 anos, que mostraram que eles se saem um pouco pior em alguns testes, principalmente nos de memória e de atenção. As diferenças, no entanto, são sutis. Na comparação com o álcool, a maconha leva grande vantagem: beber muito provoca danos cerebrais irreparáveis e destrói a memória.

Coração

O uso de maconha dilata os vasos sangüíneos e, para compensar, acelera os batimentos cardíacos. Isso não oferece risco para a maioria dos usuários, mas a droga deve ser evitada por quem sofre do coração.

Infertilidade

Pesquisas mostraram que o usuário freqüente tem o número de espermatozóides reduzido. Ninguém conseguiu provar que isso possa causar infertilidade, muito menos impotência. Também está claro que os espermatozóides voltam ao normal quando se pára de fumar.

Depressão imunológica

Nos anos 70, descobriu-se que o THC afeta os glóbulos brancos, células de defesa do corpo. No entanto, nenhuma pesquisa encontrou relação entre o uso de maconha e a incidência de infecções.

Loucura

No passado, acreditava-se que maconha causava demência. Isso não se confirmou, mas sabe-se que a droga pode precipitar crises em quem já tem doenças psiquiátricas.

Gravidez

Algumas pesquisas apontaram uma tendência de filhos de mães que usaram muita maconha durante a gravidez de nascer com menor peso. Outras não confirmaram a suspeita. De qualquer maneira, é melhor evitar qualquer droga psicoativa durante a gestação. Sem dúvida, a mais perigosa delas é o álcool.

Maconha faz bem?

No geral, não. A maioria das pessoas não gosta dos efeitos e as afirmações de que a erva, por ser "natural", faz bem, não passam de besteira. Outros adoram e relatam que ela ajuda a aumentar a criatividade, a relaxar, a melhorar o humor, a diminuir a ansiedade. É inevitável: cada um é um.

O uso medicinal da maconha é tão antigo quanto a maconha. Hoje há muitas pesquisas com a cannabis para usá-la como remédio. Segundo o farmacólogo inglês Iversen, não há dúvidas de que ela seja um remédio útil para muitos e fundamental para alguns, mas há um certo exagero sobre seus potenciais. Em outras palavras: a maconha não é a salvação da humanidade. Um dos maiores desafios dos laboratórios é tentar separar o efeito medicinal da droga do efeito psicoativo – ou seja, criar uma maconha que não dê "barato". Muitos pesquisadores estão chegando à conclusão de que isso é impossível: aparentemente, as mesmas propriedades químicas que alteram a percepção do cérebro são responsáveis pelo caráter curativo. Esse fato é uma das limitações da maconha como medicamento, já que muitas pessoas não gostam do efeito mental. No Brasil, assim como em boa parte do mundo, o uso médico da cannabis é proibido e milhares de pessoas usam o remédio ilegalmente. Conheça alguns dos usos:

Câncer

Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis, eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio. Há medicamentos para reduzir esse enjôo e eles são eficientes. No entanto, alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal e respondem maravilhosamente à maconha. Era o caso do brilhante escritor e paleontólogo Stephen Jay Gould, que, no mês passado, finalmente, perdeu uma batalha de 20 anos contra o câncer (veja mais sobre ele na página 23). Gould nunca tinha usado drogas psicoativas – ele detestava a idéia de que interferissem no funcionamento do cérebro. Veja o que ele disse: "A maconha funcionou como uma mágica. Eu não gostava do ‘efeito colateral’ que era o borrão mental. Mas a alegria cristalina de não ter náusea – e de não experimentar o pavor nos dias que antecediam o tratamento – foi o maior incentivo em todos os meus anos de quimioterapia".

Aids

Maconha dá fome. Qualquer um que fuma sabe disso (aliás, esse é um de seus inconvenientes: ela engorda). Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV quanto a maconha. E isso pode prolongar muito a vida: acredita-se que manter o peso seja o principal requisito para que um soropositivo não desenvolva a doença. O problema: a cannabis tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para doentes de Aids.

Esclerose múltipla

Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas bexigas e intestinos funcionam muito mal. Acredita-se que ela seja causada por uma má função do sistema imunológico, que faz com que as células de defesa ataquem os neurônios. A maconha alivia todos os sintomas. Ninguém entende bem por que ela é tão eficiente, mas especula-se que tenha a ver com seu pouco compreendido efeito no sistema imunológico.

Dor

A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores.

Glaucoma

Essa doença caracteriza-se pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode levar à cegueira. Maconha baixa a pressão intraocular. O problema é que, para ser um remédio eficiente, a pessoa tem que fumar a cada três ou quatro horas, o que não é prático e, com certeza, é nocivo (essa dose de maconha deixaria o paciente eternamente "chapado"). Há estudos promissores com colírios feitos à base de maconha, que agiriam diretamente no olho, sem afetar o cérebro.

Ansiedade

Maconha é um remédio leve e pouco agressivo contra a ansiedade. Isso, no entanto, depende do paciente. Algumas pessoas melhoram após fumar; outras, principalmente as pouco habituadas à droga, têm o efeito oposto. Também há relatos de sucesso no tratamento de depressão e insônia, casos em que os remédios disponíveis no mercado, embora sejam mais eficientes, são também bem mais agressivos e têm maior potencial de dependência.

Dependência

Dois psiquiatras brasileiros, Dartiu Xavier e Eliseu Labigalini, fizeram uma experiência interessante. Incentivaram dependentes de crack a fumar maconha no processo de largar o vício. Resultado: 68% deles abandonaram o crack e, depois, pararam espontaneamente com a maconha, um índice altíssimo. Segundo eles, a maconha é um remédio feito sob medida para combater a dependência de crack e cocaína, porque estimula o apetite e combate a ansiedade, dois problemas sérios para cocainômanos. Dartiu e Eliseu pretendem continuar as pesquisas, mas estão com problemas para conseguir financiamento – dificilmente um órgão público investirá num trabalho que aposte nos benefícios da maconha.

O passado

O primeiro registro do contato entre o Homo sapiens e a Cannabis sativa é de 6 000 anos atrás. Trata-se da marca de uma corda de cânhamo impressa em cacos de barro, na China. O emprego da fibra, não só em cordas mas também em vários tecidos e, depois, na fabricação de papel, é um dos mais antigos usos da maconha. Graças a ele, a planta, original da região ao norte do Afeganistão, nos pés do Himalaia, tornou-se a primeira cultivada pelo homem com usos não alimentícios e espalhou-se por toda a Ásia e depois pela Europa e África.

Mas há um uso da maconha que pode ser tão antigo quanto o da fibra do cânhamo: o medicinal. Os chineses conhecem há pelo menos 2 000 anos o poder curativo da droga, como prova o Pen-Ts’ao Ching, considerado a primeira farmacopéia conhecida do mundo (farmacopéia é um livro que reúne fórmulas e receitas de medicamentos). O livro recomenda o uso da maconha contra prisão-de-ventre, malária, reumatismo e dores menstruais. Também na Índia, a erva já há milênios é parte integral da medicina ayurvédica, usada no tratamento de dezenas de doenças. Sem falar que ela ocupa um lugar de destaque na religião hindu. Pela mitologia, maconha era a comida favorita do deus Shiva, que, por isso, viveria o tempo todo "chapado". Tomar bhang seria uma forma de entrar em comunhão com Shiva.

O Hinduísmo não é a única religião a dar destaque para a cannabis. Para os budistas da tradição Mahayana, Buda passou seis anos comendo apenas uma semente de maconha por dia. Sua iluminação teria sido atingida após esse período de quase-jejum. Da Índia, a maconha migrou para a Mesopotâmia, ainda em tempos pré-cristãos, e de lá para o Oriente Médio. Portanto, ela já estava presente na região quando começou a expansão do Império Árabe. Com a proibição do álcool entre o povo de Maomé, iniciou-se uma acalorada discussão sobre se a maconha deveria ser banida também. Por séculos, consumiu-se cannabis abundantemente nas terras muçulmanas até que, na Idade Média, muitos islâmicos abandonaram o hábito. A exceção foram os sufi, membros de uma corrente considerada mais mística e esotérica do Islã, que, até bem recentemente, consideravam a cannabis fundamental em seus ritos.

Os gregos usaram velas e cordas de cânhamo nos seus navios, assim como, depois, os romanos. Sabe-se que o Império Romano tinha pelo menos conhecimento dos poderes psicoativos da maconha. O historiador latino Tácito, que viveu no século I d.C., relata que os citas, um povo da atual Turquia, tinham o costume de armar uma tenda, acender uma fogueira e queimar grande quantidade de maconha. Daí ficavam lá dentro, numa versão psicodélica do banho turco.

Graças ao contato com os árabes, grande parte da África conheceu a erva e incorporou-a aos seus ritos e à sua medicina – dos países muçulmanos acima do Saara até os zulus da África do Sul. A Europa toda também passou a plantar maconha e usava extensivamente a fibra do cânhamo, mas há raríssimos registros do seu uso como psicoativo naquele continente. Pode ser que isso se deva ao clima. O THC é uma resina produzida pela planta para proteger suas folhas e flores do sol forte. Na fria Europa, é possível que tenha se desenvolvido uma variação da Cannabis sativa com menos THC, já que não havia tanto sol para ameaçar o arbusto.

O fato é que, na Renascença, a maconha se transformou no principal produto agrícola da Europa. E sua importância não foi só econômica: a planta teve uma grande participação na mudança de mentalidade que ocorreu no século XV. Os primeiros livros depois da revolução de Gutemberg foram impressos em papel de cânhamo. As pinturas dos gênios da arte eram feitas em telas de cânhamo (canvas, a palavra usada em várias línguas para designar "tela", é uma corruptela holandesa do latim cannabis). E as grandes navegações foram impulsionadas por velas de cânhamo – segundo o autor americano Rowan Robinson, autor de O Grande Livro da Cannabis, havia 80 toneladas de cânhamo, contando o velame e as cordas, no barco comandado por Cristóvão Colombo em 1496. Ou seja, a América foi descoberta graças à maconha. Irônico.

Sobre as luzes da Renascença caíram as sombras da Inquisição – um período em que a Igreja ganhou muita força e passou a exercer o papel de polícia, julgando hereges em seu tribunal e condenando bruxas à fogueira. "As bruxas nada mais eram do que as curandeiras tradicionais, principalmente as de origem celta, que utilizavam plantas para tratar as pessoas, às vezes plantas com poderes psicoativos", diz o historiador Henrique Carneiro, especialista em drogas da Universidade Federal de Ouro Preto. Não há registros de que maconheiros tenham sido queimados no século XVI – inclusive porque o uso psicoativo da maconha era incomum na Europa –, mas é certo que cristalizou-se naquela época uma antipatia cristã por plantas que alteram o estado de consciência. "O Cristianismo afirmou seu caráter de religião imperial e, sob seus domínios, a única droga permitida é o álcool, associado com o sangue de Cristo", diz Henrique.

Em 1798, as tropas de Napoleão conquistaram o Egito. Até hoje não estão muito claras as razões pelas quais o imperador francês se aventurou no norte da África (vaidade, talvez). Mas pode ser que o principal motivo fosse a intenção de destruir as plantações de maconha, que abasteciam de cânhamo a poderosa Marinha da Inglaterra. O fato é que coube a Napoleão promulgar a primeira lei do mundo moderno proibindo a maconha. Os egípcios eram fumantes de haxixe, a resina extraída da folha e da flor da maconha constituída de THC concentrado. Mas a proibição saiu pela culatra. Os egípcios ignoraram a lei e continuaram fumando como sempre fizeram. Em compensação, os europeus ouviram falar da droga e ela rapidamente virou moda na Europa, principalmente entre os intelectuais. "O haxixe está substituindo o champagne", disse o escritor Théophile Gautier em 1845, depois da conquista da Argélia, que, na época, era outro grande consumidor de THC.

No Brasil, a planta chegou cedo, talvez ainda no século XVI, trazida pelos escravos (o nome "maconha" vem do idioma quimbundo, de Angola. Mas, até o século XIX, era mais usual chamar a erva de fumo-de-angola ou de diamba, nome também quimbundo). Por séculos, a droga foi tolerada no país, provavelmente fumada em rituais de candomblé (teria sido o presidente Getúlio Vargas que negociou a retirada da maconha dos terreiros, em troca da legalização da religião). Em 1830, o Brasil fez sua primeira lei restringindo a planta. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro tornou ilegal a venda e o uso da droga na cidade e determinou que "os contraventores serão multados, a saber: o vendedor em 20 000 réis, e os escravos e demais pessoas, que dele usarem, em três dias de cadeia." Note que, naquela primeira lei proibicionista, a pena para o uso era mais rigorosa que a do traficante. Há uma razão para isso. Ao contrário do que acontece hoje, o vendedor vinha da classe média branca e o usuário era quase sempre negro e escravo.

O presente

Segundo dados da ONU, 147 milhões de pessoas fumam maconha no mundo, o que faz dela a terceira droga psicoativa mais consumida do mundo, depois do tabaco e do álcool. A droga é proibida em boa parte do mundo, mas, desde que a Holanda começou a tolerá-la, na década de 70, alguns outros países europeus seguiram os passos da descriminalização. Itália e Espanha há tempos aceitam pequenas quantidades da erva – embora a Espanha esteja abandonando a posição branda e haja projetos de lei, na Itália, no mesmo sentido. O Reino Unido acabou de anunciar que descriminalizou o uso da maconha – a partir do ano que vem, a droga será apreendida e o portador receberá apenas uma advertência verbal. Os ingleses esperam, assim, poder concentrar seus esforços na repressão de drogas mais pesadas.

No ano passado, Portugal endureceu as penas para o tráfico, mas descriminalizou o usuário de qualquer droga, desde que ele seja encontrado com quantidades pequenas. Porte de drogas virou uma infração administrativa, como parar em lugar proibido.

Nos últimos anos, os Estados Unidos também mudaram sua forma de lidar com as drogas. Dentro da tendência mundial de ver a questão mais como um problema de saúde do que criminal, o país, em vez de botar na cadeia, obriga o usuário a se tratar numa clínica para dependentes. "Essa idéia é completamente equivocada", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, refletindo a opinião de muitos especialistas. "Primeiro porque nem todo usuário é dependente. Segundo, porque um tratamento não funciona se é compulsório – a pessoa tem que querer parar", diz. No sistema americano, quem recusa o tratamento ou o abandona vai para a cadeia. Portanto, não é uma descriminalização. "Chamo esse sistema de ‘solidariedade autoritária’", diz o jurista Maierovitch. O Brasil planeja adotar o mesmo modelo.

O futuro

Há possibilidades de uma mudança no tratamento à maconha? "No Brasil, não é fácil", diz Maierovitch, que, enquanto era secretário nacional antidrogas do governo de Fernando Henrique Cardoso, planejou a descriminalização. "A lei hoje em vigor em Portugal foi feita em conjunto conosco, com o apoio do presidente", afirma. A idéia é que ela fosse colocada em prática ao mesmo tempo nos dois países. Segundo Maierovitch, Fernando Henrique mudou de idéia depois. O jurista afirma que há uma enorme influência americana na política de drogas brasileira. O fato é que essa questão mais tira do que dá votos e assusta os políticos – e não só aqui no Brasil. O deputado federal Fernando Gabeira, hoje no Partido dos Trabalhadores, é um dos poucos identificados com a causa da descriminalização. "Pretendo, como um primeiro passo, tentar a legalização da maconha para uso médico", diz. Mas suas idéias estão longe de ser unanimidade mesmo dentro do seu partido.

No remoto caso de uma legalização da compra e da venda, haveria dois modelos possíveis. Um seria o monopólio estatal, com o governo plantando e fornecendo as drogas, para permitir um controle maior. A outra possibilidade seria o governo estabelecer as regras (composição química exigida, proibição para menores de idade, proibição para fumar e dirigir), cobrar impostos (que seriam altíssimos, inclusive para evitar que o preço caia muito com o fim do tráfico ilegal) e a iniciativa privada assumir o lucrativo negócio. Não há no horizonte nenhum sinal de que isso esteja para acontecer. Mas a Super apurou, em consulta ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, que a Souza Cruz registrou, em 1997, a marca Marley – fica para o leitor imaginar que produto a empresa de tabaco pretende comercializar com o nome do ídolo do reggae.

A popularidade da maconha explodiu em 1920, quando o álcool foi proibido

O consumo moderado de maconha não provoca nenhum dano sério à saúde

Das cordas às velas, havia 80 toneladas de cânhamo no navio de Colombo

Na livraria

O Grande Livro da Cannabis, Rowan Robinson, Jorge Zahar, 1999

A Maconha, Fernando Gabeira, Publifolha, 2000

Science of Marijuana, Leslie L. Iversen, Oxford, Ingleterra, 2000

The Pursuit of Oblivion: A Global History of Narcotics 1500-200, Richard Davenport-Hines, Weidenfeld & Nicolson, Ingleterra, 2001

Diamba Sarabamba, Anthony Henman e Osvaldo Pessoa Jr. (organizações), Ground, 1986

Plantas de los Dioses, Richard Evans Schultes e Albert Hofmann, Fondo de Cultura Económica, México, 1982

The Emperor Wears no Clothes, Jack Herer, Green Planet Company, Inglaterra, 1994

Green Gold the Tree of Life, Chris Bennett, Lynn e Osbum, Judy Osbum, Access, EUA, 1995

Amores e Sonhos da Flora, Henrrique Carneiro, Xamã, 2002

Endereço desta matéria:
http://www.superinteressante.com.br/superarquivo/2002/conteudo_249104.shtml

1987 - 2009 Editora Abril S.A. Todos os direitos reservados.




UM POUCO MAIS DO ASSUNTO

Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009

Ministro Minc e FCH defendem liberação da Cannabis


O ministro Carlos Minc anda um pouco mais eufórico com suas iniciativas, apesar das limitações encontradas no início do seu mandato e até fez ameaça de deixar o cargo. Agora relaxou.

Um dos fatores que contribui para o sorriso mais aberto do ministro Minc é o recente debate em mesa redonda com autoridades brasileiras (de Fernando Gabeira até Fernando Henrique Cardoso!) sobre a liberação, com restrições, para o uso da maconha, resultando em ótimas perspectivas, explicou. Não é o 'liberô' geral, mas apenas que os traficantes sejam tratados severamente e até detivos, mas os que fazem uso 'restrito" (é restrito até quanto?hihihi), dentro de sua casa ou seu gabinete, não seja mais punido nem preso, mas apenas sofra uma orientação para que relaxe de outras maneiras. Jamais preso. A alternativa seria ótima, e até diminuiria a força do tráfico. Na verdade, deveria haver sim, como na Holanda e em Londres, a venda em farmácia e determinados bares "autorizados" pela Lei, para que adultos acima de 18 anos, possam comprar pequenas quantidades, para no máximo dois "base" de cada vez. Na verdade, muito grave mesmo é o comércio desenfreado (e o uso!) da cocaína e do crack, até na classe alta, em todas faixas etárias, em gabinetes de políticos e personalidades da justiça, da Lei, do ensino superior, professores, doutores, e até reitores já consumiram, dizem os "fofoqueiros" (para quem deseja tapar o sol com a peneira!). Todos sabem que a perseguição aos usuários de maconha atinge apenas a classe baixa, os altos escalões são detidos apenas quando é questão de tráfego.

Já foi opinião médica que a maconha não causa dependência e a USP criou até dois remédios (um deles é Canabirol, para diabéticos , e outro para stress!), com bom resultado médico. Muita gente não comprou ainda e nem usa, com medo de ser apontado como marginal. Não esquecendo que nos EUA (em alguns Estados e outros países) a cannabis é liberada para uso médico (com bons resultados contra os enjoos de pessoas com câncer e outras sequelas de várias doenças). Então, que concentrem a perseguição aos traficantes de crack e cocaína e opium e LSD (que esta retornando apos o "freje" dos anos 70!), que é muito mais lógico. Afinal, para um paciente com câncer e males iguais, livrar-se dos enjoos e vômitos convulsivos, fumar uma cannabis e ficar livre disso tudo, não é nenhum mal. Só faria bem. EM TEMPO: Eu não sou usuário (ainda) do remédio à base de Cannabis, mas meus enjoos e tonturas da grave diabetes, poderiam ser atenuados e resolvidos com o remedinho da USP. Tenhamos bom senso. Sem hipocria, por favor!!!

Postado por Ninhos das Cobras às 12:09

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OBAMA

23 de setembro de 2009

Obama prestes a avalizar a liberação da maconha nos EUA

Tags:barack obama, george soros, legalização, maconha, Normel-National Organization to Reform Marijuana Laws, revista Fortune - walterfm1 às 17:33

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Para os que lutam pela legalização da maconha para uso recreativo, Obama dará, em breve, um segundo passo na direção da liberação do consumo lúdico.

O primeiro passo, afirmam os analistas norte-americanos, foi a ordem expressa para acabar com a perseguição determinada na era W.Bush, com relação aos que fazem uso terapêutico da marijuana. Com isso, Obama enquadrou, de fato, a cannabis terapêutica na 21ª.emenda, sobre liberdade para consumo de bebidas alcoólicas.

Bush, –como se sabe e foi destacado várias vezes neste blog Sem Fronteiras de Terra Magazine–, bateu às portas da Corte Suprema para obter uma declaração de inconstitucionalidade de leis estaduais que autorizavam o consumo da maconha para fim terapêutico, mediante prescrição médica. A competência para o tema drogas seria da União, sustentou Bush, junto à Corte Suprema.

Em outras palavras, Bush incomodou até os portadores de males incuráveis e de dores insuportáveis, como, por exemplo, a usuária que tinha câncer no cérebro e só conseguia inibição da dor ao fumar maconha.

Como vários estados federados, a começar pela Califórnia, fingiram que a decisão da Corte, favorável à tese de Bush, era genérica, não se incomodaram. Em síntese, W. Bush ganhou, mas não levou.

A propósito, a Corte só disse apenas da competência para legislar. Ou seja, não nominou estados e não cassou leis. Enfurecido com o entendimento de que o julgado não servia para um estado não mencionado pela Corte Suprema, W.Bush soltou a policia federal (FBI) para prender os usuários. Alguns idosos doentes, na Califórnia, exibiram a carteira plástica de autorizados a usar maconha, mas nada adiantou. Então, deixaram as praças e passaram a fumar maconha em casa.

Obama, com a sua ordem para deixar em paz os que usam maconha com objetivo terapêutico, acabou, também, por chancelar leis de 13 estados-federados, que permitem tal emprego.

O otimismo é grande por parte dos adeptos da liberação. E não vem o otimismo apenas da velha geração. Aquela dos tempos de Woodstock ou dos Beatles. Animadíssimo com a iminente legalização está o fundador do National Organization to Reform Marijuana Laws (NORML), que, há 30 anos, luta pela liberação das drogas leves.

Até o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, não quis deixar passar a oportunidade, diante das permanentes manifestações populares. Ele lembrou der dito, na campanha de 2001, que havia fumado maconhado e sentido muito prazer. A última grande manifestação acabou de ocorrer em Boston e reuniu mais de 100 mil pessoas, presumidamente usuários lúdicos.

Outro contente com o andar da carruagem é o magnata George Soros, de origem húngara como o presidente francês Sarkozy. Além de doações para organizações não governamentais, Soros, em sete cidades americanas, mantém escritórios para informações e promoção de campanhas liberalizantes da cannabis. Nesses escritórios trabalham 45 pessoas.

Pano Rápido. A revista Fortune, que acaba de chegar nas bancas americanas, reproduz os mais de 40 anos de debates sobre a legalização das drogas. E o oportunista Fernando Henrique Cardoso, que no seu governo não quis nem transformar o porte de droga em infração administrativa e não mais criminal, já levanta a bandeira do pioneirismo. Na verdade, trata-se de adesista de última hora.

O THC (tetra-hidro-cannabionol) é o princípio ativo da maconha, já consumido por Clinton e Al Gore, como lembrar sempre cartazes carregados em passeatas nos EUA. Com a legalização, será estabelecido o porcentual a caracterizar a maconha como droga como leve.

Conforme comentário irônico recebido pelos operadores deste blog Sem Fronteiras, no Brasil, fomos cientificados que o princípio ativo da maconha vai mudar de nome. Não mais será THC, mas FHC, de fernando hidro-cannabinol.

A respeito, alerto que se deve dar preferência ao original (THC), sob risco de enjôos e efeito colateral, caracterizadps por impulsos de adesões a teses privatizantes e permanentes obsessões pelo estado-mínimo. Melhor explicando: um efeito que já experimentamos.

Para fechar: apóiam a legalização da maconha Brad Pitt e Quentin Tarantino. E eles entraram nessa luta cinco anos antes de FHC.

–Wálter Fanganiello Maierovitch–

Hot Club do Mutuca ao vivo

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Nessa 6ª feira 04 de setembro

QUEM TEM UM SONHO NÃO CANSA.

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Funcionario da Agip liquigas 1989 ,restaurando tanque na subida da serra de são joaquim ,buscado a grana pra montar o Estudio

O trababalho dignifica e enobrece os homens de boa vontade

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Tive de suar muito ate poder trocar de instrumento de trabalho.Não tenha vergonha do que voce faz para ganhar o seu sustento ,desde que seja honestamente ,feio é roubar ,matar , ser mesquinho e avarento.

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David queria construir uma casa para a Arca da Aliança, pois achava que era mais digna do que ele que já tinha uma casa. O profeta Natã achou que era boa idéia, mas depois Deus disse a Natã para dizer isto a David:

“Nunca habitei numa casa, andei sempre na tenda a acompanhar o povo que veio do Egito. Tirei-te a ti das pastagens para te fazer rei, prepararei um lugar para Israel, e tomarei conta de ti e da tua descendência. Achas que iria querer uma casa feita por ti? A tua descendência é que a construirá, serei para ela um pai e ela será para mim um filho, se for preciso castigá-lo-ei, mas a minha proteção ficará sempre sobre ele. A tua casa e a tua realeza subsistirão para sempre diante de mim, e o teu trono se estabelecerá para sempre”.

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Confraria do blues Big Gison 15 de maio

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A Confraria do blues

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Participação de Lappann Blues Noite

Chega bem cedo e assegura teu lugar!

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O primeiro judeu que chegou ao Brasil
O primeiro judeu que chegou ao Brasil foi o tradutor, Gaspar da Gama, que fazia parte da comitiva de Cabral. Em 1502, empreendedores judeus, tendo à frente o cristão-novo (judeu convertido ao cristianismo) Fernando de Noronha, arrendou da Coroa Portuguesa as terras recém-descobertas. Esse contrato, previa a exploração comercial do território brasileiro, além da construção de fortalezas para defendê-lo.

Believe Estúdio

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Baladas no Believe

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Assim que cair a noite

Citação de Ray Charles (1930-2004)

Citação de Ray Charles (1930-2004)
Negros e judeus estão intimamente ligados uns aos outros por uma história comum de perseguições. Se alguém, além de um negro, alguma vez cantar blues do fundo da alma, será obrigatoriamente um judeu. Os nossos dois povos sabem bem o que é ser o capacho de alguém.”

Jam session da Confraria

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Um evento a parte

A pizza do Cleber é show!

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E pelo jeito da resultado uh....

PIZZA

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Baladas com as pizzas do Cleber

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Feito com muito amor!

"agora que nos encontramos"

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Espero que caibam todos,pares e impares.

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Do meu jeito também estou construindo uma nova arca ,colabore.

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Ser feliz, é tudo que se quer.

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Dimi e David

Ta na hora do Hot Club do Mutuca

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David Bass

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Bem cedinho com a moto na garagem

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Músicos e Apreciadores

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Desde 1993

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O que esta faltando para que a cena musical de Porto Alegre se torne auto-sustentável aos músicos e casas que oferecem música ao vivo?

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VOCE PODE IGNORAR MAS EDUCAÇÃO VEM DO BERÇO

./PRINCIPAL/CRÔNICAS E ARTIGOS/LER/
Desculpe a ignorância - Márlon Soares Rodrigues
Sábado, 21 de Fevereiro de 2009
Ouvi certa vez de um professor que sempre devemos lutar contra a ignorância. Costumam associar ignorância como um comportamento, um ato onde existe falta de polimento, mas no dicionário ignorância é:

sf (lat ignorantia) 1 Estado de quem é ignorante. 2 Desconhecimento. 3 Falta de instrução, falta de saber. 4 Imperícia, incapacidade. Var: ignoração.

E é dessa que me proponho a dissertar.

A ignorância pode ser bastante nociva, o desconhecimento sobre algo, a falta de instrução, são problemas que todos nós enfrentamos, diariamente. Quando dizemos o bem conhecido clichê: "Desculpe a ignorância" mostramos não só educação, e também demonstramos a humildade de admitir que desconhecemos algum assunto, no entanto nem sempre nos deparamos com pessoas assim, cientes de sua limitação em determinados momentos.

Mas a nocividade da ignorância não se refere ao desconhecer algo, e sim a falta de saber, a falta de acesso a esse saber, algo que atinge uma quantidade incomensurável de pessoas em todo o mundo, pessoas que são influenciadas por sistemas políticos, por formas de poder, [usando um pouco da letra de HG] "O fascismo é fascinante, deixa gente ignorante fascinada", além da destreza em usar as palavras resume bem a idéia central do meu comentário, pessoas com menor grau de instrução são facilmente influenciáveis, se estão sob domínio de alguém que domine um pouco de retórica a influência se torna ainda mais fácil [habilidade bastante difundida entre políticos e advogados].

A retórica se vale da ignorância para conquistar, pois o que vale não é o saber e sim o persuadir, e quanto menor o conhecimento mais simples é o convencimento, como simpatizante da filosofia, o importante para mim é que o discurso se direcione para o diálogo e razão, e não para a emoção.

Mas quem deve lutar contra a ignorância? Nós, eu e você que está lendo, não precisamos estar no mundo acadêmico para nos tornar fontes de saber, no nosso dia-a-dia, quando pudermos temos que sanar as dúvidas e dificuldades das pessoas, das mais simples as mais complexas, se estiver ao nosso alcance devemos sim ajudar, e claro não sofrer com a indiferença de alguns e nem ser indiferente para outros, conhecimento é para ser compartilhado, não seja egoísta com o seu, e desculpe a ignorância se não consegui transparecer minhas idéias. ;)

Veja mais em: http://precodapureza.blogspot.com

Transdisciplinaridade

PREÂMBULO


· Considerando que a proliferação atual das disciplinas acadêmicas e não-acadêmicas conduz a um crescimento exponencial do saber, o que torna impossível uma visão global do ser humano;

· Considerando que somente uma inteligência que leve em consideração a dimensão planetária dos conflitos atuais poderá enfrentar a complexidade do nosso mundo e o desafio contemporâneo de autodestruição material e espiritual da nossa espécie;

· Considerando que a vida está fortemente ameaçada por uma tecnociência triunfante, que só obedece à lógica apavorante da eficácia pela eficácia;

· Considerando que a ruptura contemporânea entre um saber cada vez mais cumulativo e um ser interior cada vez mais empobrecido leva à ascensão de um novo obscurantismo, cujas conseqüências, no plano individual e social, são incalculáveis;

· Considerando que o crescimento dos saberes, sem precedente na história, aumenta a desigualdade entre os que os possuem e os que deles estão desprovidos, gerando assim uma desigualdade crescente no seio dos povos e entre as nações do nosso planeta;

· Considerando, ao mesmo tempo, que todos os desafios enunciados têm sua contrapartida de esperança e que o crescimento extraordinário dos saberes pode conduzir, a longo prazo, a uma mutação comparável à passagem dos hominídeos à espécie humana;

· Considerando os aspectos acima, os participantes do Primeiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade (Convento da Arrábida, Portugal, 2 a 7 de novembro de 1994) adotam a presente Carta, entendida como um conjunto de princípios fundamentais da comunidade dos espíritos transdisciplinares, constituindo um contrato moral que todo signatário dessa Carta faz consigo mesmo, livre de qualquer espécie de pressão jurídica ou institucional.



Artigo 1

Toda e qualquer tentativa de reduzir o ser humano a uma definição e de dissolvê-lo no meio de estruturas formais, sejam quais forem, é incompatível com a visão transdisciplinar.

Artigo 2

O reconhecimento da existência de diferentes níveis de realidade, regidos por lógicas diferentes, é inerente à atitude transdisciplinar. Toda tentativa de reduzir a realidade a um só nível, regido por uma lógica única, não se situa no campo da transdisciplinaridade.

Artigo 3

A transdisciplinaridade é complementar à abordagem disciplinar; ela faz emergir novos dados a partir da confrontação das disciplinas que os articulam entre si; oferece-nos uma nova visão da natureza da realidade. A transdisciplinaridade não procura a mestria de várias disciplinas, mas a abertura de todas as disciplinas ao que as une e as ultrapassa.

Artigo 4

A pedra angular da transdisciplinaridade reside na unificação semântica e operativa das acepções através e além das disciplinas. Ela pressupõe uma racionalidade aberta a um novo olhar sobre a relatividade das noções de "definição" e de "objetividade". O formalismo excessivo, a rigidez das definições e a absolutização da objetividade, incluindo-se a exclusão do sujeito, conduzem ao empobrecimento.

Artigo 5

A visão transdisciplinar é completamente aberta, pois, ela ultrapassa o domínio das ciências exatas pelo seu diálogo e sua reconciliação não somente com as ciências humanas, mas também com a arte, a literatura, a poesia e a experiência interior.

Artigo 6

Em relação à interdisciplinaridade e à multidisciplinaridade, a transdisciplinaridade é multirreferencial e multidimensional. Leva em consideração, simultaneamente, as concepções do tempo e da história. A transdisciplinaridade não exclui a existência de um horizonte transistórico.

Artigo 7

A transdisciplinaridade não constitui nem uma nova religião, nem uma nova filosofia, nem uma nova metafísica, nem uma ciência da ciência.

Artigo 8

A dignidade do ser humano também é de ordem cósmica e planetária. O aparecimento do ser humano na Terra é uma das etapas da história do universo. O reconhecimento da Terra como pátria é um dos imperativos da transdisciplinaridade. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade; mas com o título de habitante da Terra, ele é ao mesmo tempo um ser transnacional. O reconhecimento, pelo direito internacional, dessa dupla condição - pertencer a uma nação e à Terra - constitui um dos objetivos da pesquisa transdisplinar.

Artigo 9

A transdisciplinaridade conduz a uma atitude aberta em relação aos mitos, às religiões e temas afins, num espírito transdisciplinar.

Artigo 10

Inexiste laço cultural privilegiado a partir do qual se possam julgar as outras culturas. O enfoque transdisciplinar é, ele próprio, transcultural.

Artigo 11

Uma educação autêntica não pode privilegiar a abstração no conhecimento. Ela deve ensinar a contextualizar, concretizar e globalizar. A educação transdisciplinar reavalia o papel da intuição, do imaginário, da sensibilidade e do corpo na transmissão do conhecimento.

Artigo 12

A elaboração de uma economia transdisciplinar é fundamentada no postulado segundo o qual a economia deve estar a serviço do ser humano e não o inverso.

Artigo 13

A ética transdisciplinar recusa toda e qualquer atitude que rejeite o diálogo e a discussão, qualquer que seja a sua origem - de ordem ideológica, científica, religiosa, econômica, política, filosófica. O saber compartilhado deve levar a uma compreensão compartilhada, fundamentada no respeito absoluto às alteridades unidas pela vida comum numa só e mesma Terra.

Artigo 14

Rigor, abertura e tolerância são as características fundamentais da visão transdisciplinar. O rigor da argumentação que leva em conta todos os dados é o agente protetor contra todos os possíveis desvios. A abertura pressupõe a aceitação do desconhecido, do inesperado e do imprevisível. A tolerância é o reconhecimento do direito a idéias e verdades diferentes das nossas.

ARTIGO FINAL

A presente Carta da Transdisciplinaridade está sendo adotada pelos participantes do Primeiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, não se reclamando a nenhuma outra autoridade a não ser a da sua obra e da sua atividade.

Segundo os procedimentos que serão definidos em acordo com os espíritos transdisciplinares de todos os países, a Carta está aberta à assinatura de todo ser humano interessado em medidas progressivas de ordem nacional, internacional e transnacional, para aplicação dos seus artigos nas suas vidas.



Convento da Arrábida, 6 de novembro de 1994

Comitê de Redação

Lima de Freitas, Edgar Morin e Basarab Nicolescu



Sabemos que os tempos são de reaproximação de aspectos parciais, tanto do pensamento filosófico, quanto das teorias da mente e da ciência como um todo. A este objetivo contemporâneo – que trata de situações tão complexas que, por isto, foram por séculos divididas em partes – chama-se teoria dos sistemas complexos, ou, simplesmente, complexidade.

Em nossa práxis tentamos manter coerência com esta forma de pensar, reunindo especialistas das mais diversas áreas filosóficas, médicas, cientistas de áreas básicas e psicanalistas de diversas orientações, todos identificados com a busca das fronteiras interdisciplinares e com incursões no território “alheio” (transdisciplinaridade).

Naturalmente esta forma de ver as coisas reflete-se em nossa Instituição, onde vemos o ser humano integrado ao seu corpo, à sua família e ao seu entorno sócio-cultural, sendo que vimos desenvolvendo formas de intervir sobre os múltiplos fatores que geram desequilíbrios ao ser humano.

Dr. César Bastos
Diretor Presidente do Contemporâneo



REALISMO e NATURALISMO

REALISMO - Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos.
Uma característica comum ao Realismo é o seu forte poder de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao romantismo. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural. Se um autor desejasse criticar a postura da Igreja católica, não escreveria um soneto anticristão, porém escreveria histórias que a envolvessem de forma a inserir nessas histórias o que eles julgam ser a Igreja Católica e como as pessoas reagem a ela. Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até em criticar a realidade. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituída pela visão que procura ser objetiva, fiel, sem distorções. Dessa forma os realistas procuram apontar falhas talvez como modo de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações. Na Europa, o realismo teve início com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert.
NATURALISMO - Os romances naturalistas se destacam pela abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada. O resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente verdadeiro, que na época foi considerado até chocante de tão inovador. Ao ler uma obra naturalista, tem-se a impressão de estar lendo uma obra contemporânea, que acabou de ser escrita. Os naturalistas acreditavam que o indivíduo é mero produto da hereditariedade e seu comportamento é fruto do meio em que vive e sobre o qual age. A perspectiva evolucionista de Charles Darwin inspirava os naturalistas, que acreditavam ser a Seleção Natural impulsionadora da transformação das espécies. Assim, predomina nesse tipo de romance o instinto, o fisiológico e o natural, retratando a agressividade, a violência, o erotismo como elementos que compõem a personalidade humana.
Ao lado de Darwin, Hippolyte Taine e Auguste Comte influenciaram de modo definitivo a estética naturalista. Os autores naturalistas criavam narradores oniscientes e impassíveis para dar apoio à teoria na qual acreditavam. Exploravam temas como a homossexualidade, o incesto, o desequilíbrio que leva à loucura, criando personagens que eram dominados por seus instintos e desejos, pois viam no comportamento do ser humano traços de sua natureza animal.
No Brasil, a prosa naturalista foi influenciada por Aluísio Azevedo com a obra O mulato, publicado em 1881, marcou o início do Naturalismo brasileiro, a obra O cortiço, também de sua autoria, marcou essa tendência.
Em O cortiço a face completa do Naturalismo pode ser vista, pois o indivíduo é envolvido pelo meio, o cenário é promíscuo e insalubre e retrata o cruzamento das raças, a explosão da sexualidade, a violência e a exploração do homem.

Fonte(s):

http://pt.wikipedia.org/wiki/Realismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Naturalismo

Esquizofrenia

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Esquizofrenia
Classificação e recursos externos
Bleuler.png
Eugen Bleuler deu nome à Esquizofrenia, desordem que era conhecida anteriormente como dementia praecox
CID-10 F20.
CID-9 295
OMIM 181500
DiseasesDB 11890
eMedicine med/2072 emerg/520
MeSH F03.700.750

A esquizofrenia (do grego σχιζοφρενία; σχίζειν, "dividir", e φρήν, "mente") é uma doença mental grave que se carateriza classicamente por uma colecção de sintomas, entre os quais avultam alterações do pensamento, alucinações (sobretudo auditivas), delírios e embotamento emocional com perda de contacto com a realidade, podendo causar um disfuncionamento social crônico.

É hoje encarada não como uma doença única mas sim como um grupo de patologias, atingindo todas as classes sociais e grupos humanos.

A sua prevalência atinge 1% da população mundial,[1] manifestando-se habitualmente entre os 15 e os 25 anos, nos homens e nas mulheres, podendo igualmente ocorrer na infância ou na meia-idade.

Um exemplo de um esquizofrênico famoso é o matemático americano John Forbes Nash, que fez importantes contribuições na área da economia, biologia e teoria dos jogos.

Índice

[esconder]
  • 1 Sintomas
    • 1.1 Sintomas positivos
    • 1.2 Sintomas negativos
  • 2 Causas
    • 2.1 Teoria genética
    • 2.2 Teoria neurobiológica
    • 2.3 Teoria psicanalítica
    • 2.4 Teoria familiar
    • 2.5 Teoria dos neurotransmissores
  • 3 Tipos de esquizofrenia
  • 4 Diagnóstico e questões polêmicas
  • 5 A interacção com pacientes
  • 6 Tratamento farmacológico
  • 7 Esquizofrenia e inteligência
  • 8 Referências
  • 9 Bibliografia
  • 10 Ligações externas

[editar] Sintomas

A esquizofrenia é uma doença funcional do cérebro que se caracteriza essencialmente por uma fragmentação da estrutura básica dos processos de pensamento, acompanhada pela dificuldade em estabelecer a distinção entre experiências internas e externas. Embora primariamente uma doença que afeta os processos cognitivos[de conhecimento], os seus efeitos repercutem-se também no comportamento e nas emoções.

Os sintomas da esquizofrenia não são os mesmos de indivíduo para indivíduo, podendo aparecer de forma insidiosa e gradual ou, pelo contrário, manifestar-se de forma explosiva e instantânea.

Estes podem ser divididos em duas grandes categorias: sintomas positivos e negativos.

[editar] Sintomas positivos

Os sintomas positivos estão presentes com maior visibilidade na fase aguda da doença e são as perturbações mentais "muito fora" do normal, como que “acrescentadas” às funções psicológicas do indivíduo. Entende-se como sintomas positivos os delírios — ideias delirantes, pensamentos irreais, “ideias individuais do doente que não são partilhadas por um grande grupo”[2], por exemplo, um indivíduo que acha que está a ser perseguido pela polícia secreta, e acha que é o responsável pelas guerras do mundo; as alucinações, percepções irreais – ouvir, ver, saborear, cheirar ou sentir algo irreal, sendo mais frequente as alucinações auditivo-visuais; pensamento e discurso desorganizado, elaborar frases sem qualquer sentido ou inventar palavras; alterações do comportamento, ansiedade, impulsos, agressividade.

[editar] Sintomas negativos

Os sintomas negativos são o resultado da perda ou diminuição das capacidades mentais, ”acompanham a evolução da doença e refletem um estado deficitário ao nível da motivação, das emoções, do discurso, do pensamento e das relações interpessoais”[2], como a falta de vontade ou de iniciativa; isolamento social; apatia; indiferença emocional; pobreza do pensamento.

Estes sinais não se manifestam todos no indivíduo esquizofrénico. Algumas pessoas vêem-se mais afetadas do que outras, podendo muitas vezes ser incompatível com uma vida normal. A doença pode aparecer e desaparecer em ciclos de recidivas e remissões.

“Não há, contudo, sinais nem sintomas patognomónicos da doença, podendo-se de alguma forma fazer referência a um quadro prodrómico que são em grande parte sintomas negativos, como por exemplo inversão do ciclo de sono, isolamento, perda de interesse por atividades anteriormente agradáveis, apatia, descuido com a higiene pessoal, ideias bizarras, comportamentos poucos habituais, dificuldades escolares e profissionais, entre outras. Posterior a esta fase inicial surgem os sintomas positivos”[3].
“Diz-se que os primeiros sinais e sintomas de esquizofrenia são insidiosos. O primeiro sintoma de sossego/calma e afastamento, visível num adolescente normalmente passa despercebido como tal, pois remete-se o facto para “é uma fase”. Pode inclusivamente ser um enfermeiro de saúde escolar ou um conselheiro a começar a notar estas mudanças. (…) É importante dizer-se que é muito fácil interpretar incorrectamente estes comportamentos, associando-os à idade.”[4].

[editar] Causas

Sabe-se atualmente que não existe uma única causa, mas sim várias que concorrem entre si para o seu aparecimento, sendo muitas as teorias que surgiram para explicar esta doença:

[editar] Teoria genética

A teoria genética admite que vários genes podem estar envolvidos, contribuindo juntamente com os fatores ambientais para o eclodir da doença. Sabe-se que a probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta se houver um caso desta doença na família. "No caso de um dos pais sofrer de esquizofrenia, a prevalência da doença nos descendentes diretos é de 12%. É o caso do esquizofrênico matemático norte-americano John Nash que divide com o filho, John Charles Martin, a mesma doença. Na situação em que ambos os pais se encontram atingidos pela doença, esse valor sobe para 40%"[5]. No entanto, mesmo na ausência de história familiar, a doença pode ainda ocorrer.”[2]. Segundo Gottesman (1991), referenciado por Pedro Afonso (2002), sabe-se ainda que cerca de 81% dos doentes com esquizofrenia não têm qualquer familiar em primeiro grau atingido pela doença e cerca de 91% não têm sequer um familiar afetado.

podendo muitas vezes ter a ver com a sua infancia ou como foi sua vida até o ponto em que "possivelmente" descobriu que estava doente.

[editar] Teoria neurobiológica

As teorias neurobiológicas defendem que a esquizofrenia é essencialmente causada por alterações bioquímicas e estruturais do cérebro, em especial com uma disfunção dopaminérgica, embora alterações noutros neurotransmissores estejam também envolvidas. A maioria dos neurolépticos (antipsicóticos) actua precisamente nos receptores da dopamina no cérebro, reduzindo a produção endógena deste neurotransmissor. Exatamente por isso, alguns sintomas característicos da esquizofrenia podem ser desencadeados por fármacos que aumentam a actividade dopaminérgica (ex: anfetaminas)[3]. Esta teoria é parcialmente comprovada pelo fato de a maioria dos fármacos utilizados no tratamento da esquizofrenia (neurolépticos) atuarem através do bloqueio dos receptores (D2) da dopamina.

[editar] Teoria psicanalítica

As teorias psicanalíticas (ou de relação precoce) têm como base a teoria freudiana da psicanálise, e remetem para a fase oral do desenvolvimento psicológico, na qual “a ausência de gratificação verbal ou da relação inicial entre mãe e bebê conduz igualmente as personalidades “frias” ou desinteressadas (ou indiferentes) no estabelecimento das relações”[4]. A ausência de relações interpessoais satisfatórias estaria assim na origem da esquizofrenia.

[editar] Teoria familiar

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As teorias familiares, apesar de terem bastante interesse histórico, são as que menos fundamento cientifico têm. Surgiram na década de 1950, baseadas umas no tipo de comunicação entre os vários elementos das famílias e aparecendo outras mais ligadas às estruturas familiares. Dos estudos desenvolvidos surge o conceito «mãe esquizofrenogénica», mães possessivas e dominadoras com seus filhos, como gerador de personalidades esquizofrénicas. Estudos posteriores vieram contudo desconfirmar esta hipótese, relacionando aquele comportamento mais com etiologias neuróticas e não com a psicose.

[editar] Teoria dos neurotransmissores

Têm-se um excesso de dopamina na via mesolímbica e falta dopamina na via mesocortical.


Apesar de existirem todas estas hipóteses para a explicação da origem da esquizofrenia, nenhuma delas individualmente consegue dar uma resposta satisfatória às muitas dúvidas que existem em torno das causas da doença, reforçando assim a ideia de uma provável etiologia multifactorial.

[editar] Tipos de esquizofrenia

O diagnóstico da esquizofrenia, como sucede com a maior parte das doenças do foro psiquiátrico, não se pode efectuar através da análise de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos, e resulta apenas da observação clínica cuidada das manifestações da doença ao longo do tempo. Aquando do diagnóstico, é importante que o médico exclua outras doenças ou condições que possam produzir sintomas psicóticos semelhantes (abuso de drogas, epilepsia, tumor cerebral, alterações metabólicas). O diagnóstico da esquizofrenia é por vezes difícil.

Para além do diagnóstico, é importante que o médico identifique qual é o subtipo de esquizofrenia em que o doente se encontra. Actualmente, segundo o DSM IV, existem cinco tipos:

  • Paranóide, é a forma que mais facilmente é identificada com a doença, predominando os sintomas positivos. O quadro clínico é dominado por um delírio paranóide relativamente bem organizado. Os doentes com esquizofrenia paranóide são desconfiados, reservados, podendo ter comportamentos agressivos.[1]
  • Desorganizado, em que os sintomas afectivos e as alterações do pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora presentes, não são organizadas. Alguns doentes pode ocorrer uma irritabilidade marcada associada a comportamentos agressivos. Existe um contacto muito pobre com a realidade.[1]
  • Catatónico, é caracterizada pelo predomínio de sintomas motores e por alterações da actividade, que podem ir desde um estado de cansaço e acinético até à excitação.[1]
  • Indiferenciado, apresenta habitualmente um desenvolvimento insidioso com um isolamento social marcado e uma diminuição no desempenho laboral e intelectual. Observa-se nestes doentes uma certa apatia e indiferença relativamente ao mundo exterior.[1]
  • Residual, nesta forma existe um predomínio de sintomas negativos, os doentes apresentam um isolamento social marcado por um embotamento afectivo e uma pobreza ao nível do conteúdo do pensamento. [1]

Existe também a denominada Esquizofrenia Hebefrênica, com incidência da adolescência, com o pior dos prognósticos em relação às demais variações da doença, e com grandes probabilidades de prejuízos cognitivos e sócio-comportamentais.

Estes subtipos não são estanques, podendo um doente em determinada altura da evolução da sua doença apresentar aspectos clínicos que se identificam com um tipo de esquizofrenia, e ao fim de algum tempo poder reunir critérios de outro subtipo.

Existem várias abordagens terapêuticas na intervenção ao doente esquizofrénico, que na maioria dos casos tem indicação de um tratamento interdisciplinar: o acompanhamento médico-medicamentoso, a psicoterapia, a terapia ocupacional (individual ou em grupos), a intervenção familiar, a musicoterapia e a psicoeducação são os procedimentos indicados para estes doentes.

Apesar de não se conhecer a sua cura, o tratamento pode ajudar muito a tratar os sintomas, e a permitir que os doentes possam viver as suas vidas de forma satisfatória e produtiva. A experiência clínica indica que o melhor período para o tratamento da esquizofrenia é com o aparecimento dos primeiros sintomas. Se sintomatologia psicótica permanecer sem tratamento por longos períodos o prognóstico do tratamento é menos favorável. Assim é vital o reconhecimento precoce dos sinais da esquizofrenia para que se possa procurar uma ajuda rápida.[6]

[editar] Diagnóstico e questões polêmicas

A esquizofrenia como entidade de diagnóstico tem sido criticada como desprovida de validade científica ou confiabilidade e é parte de críticas mais amplas à validade dos diagnósticos psiquiátricos em geral. Uma alternativa sugere que os problemas com o diagnóstico seriam melhor atendidos como dimensões individuais ao longo das quais todos variam, de tal forma que haveria um espectro contínuo em vez de um corte de entre normal e doente. Esta abordagem parece coerente com a investigação sobre esquizotipia e de uma relativamente alta prevalência na experiência dos psicóticos e, muitas vezes, crenças delusionais não perturbadoras entre o público em geral.

Outra crítica é que falta coerência nas definições utilizadas para os critérios; é particularmente relevante para a avaliação das ilusões a desordem no pensamento. Mais recentemente, foi alegado que sintomas psicóticos não são uma boa base para a elaboração de um diagnóstico de esquizofrenia como "psicose é a 'febre' de doença mental - um grave mas inespecífico indicador".

Talvez por causa desses fatores, estudos examinando o diagnóstico de esquizofrenia geralmente têm mostrado relativamente baixas ou inconsistentes níveis de confiabilidade diagnóstica. Na maioria dos famosos estudos de David Rosenhan em 1972 a ser publicados como saudáveis em lugares demente, demonstrou que o diagnóstico de esquizofrenia foi (pelo menos no momento) muitas vezes subjetivo e pouco fiáveis. Estudos mais recentes têm encontrado acordo entre quaisquer dois psiquiatras, quando o diagnóstico de esquizofrenia tende a atingir cerca de 65%, na melhor das hipóteses. Este, e os resultados de estudos anteriores de fiabilidade de diagnóstico (que normalmente relataram níveis ainda mais baixos de acordo), levaram alguns críticos a afirmar que o diagnóstico de esquizofrenia deve ser abandonado.

Em 2004, no Japão, o termo japonês para esquizofrenia foi alterado de Seishin-Bunretsu-Byo (doença da mente dividida) para Togo-shitcho-sho (desordem de integração). Em 2006, ativistas no Reino Unido, sob o estandarte de Campanha para a Abolição do Rótulo de Esquizofrenia, defenderam uma semelhante rejeição do diagnóstico de esquizofrenia e uma abordagem diferente para a compreensão e tratamento dos sintomas associados a ela neste momento.

Alternativamente, os outros proponentes apresentaram utilizando a presença de déficits neurocognitivas específicas para fazer um diagnóstico. Estes assumem a forma de uma redução ou de comprometimento em funções psicológicas básicas, como memória, atenção, função executiva e resolver problemas. É este tipo de dificuldades, em vez de os sintomas psicóticos (que, em muitos casos, pode ser controlado por medicamentos antipsicóticos), que parece ser a causa da maioria dos deficiência na esquizofrenia. No entanto, este argumento é relativamente novo e é pouco provável que o método de diagnóstico de esquizofrenia vá mudar radicalmente no futuro próximo.

O diagnóstico de esquizofrenia foi usado para fins políticos em vez de terapêuticos, na União Soviética mais uma sub-classificação de "esquizofrenia que progride lenta" foi criado. Particularmente no RSFSR (República Socialista Federativa Soviética da Rússia), este diagnóstico foi utilizado com a finalidade de silenciar os dissidentes políticos ou forçá-los a desistir de suas idéias através da utilização forçada de confinamento e tratamento. Em 2000, houve preocupações semelhantes quanto detenção e 'tratamento' de praticantes do movimento Falun Gong pelo governo chinês. Isso levou a Comissão da Associação Psiquiátrica Americana Sobre o Abuso de Psiquiatria e psiquiatras a aprovar uma resolução que inste a Associação Psiquiátrica Mundial a investigar a situação na China.

[editar] A interacção com pacientes

A doença mental é com frequência relacionada com o mendigo que deambula pelas ruas, que fala sozinho, com a mulher que aparece na TV dizendo ter 16 personalidades e com o homicida “louco” que aparece nos filmes. Esta foi durante muitos anos sinónimo de exclusão social, e o diagnóstico de esquizofrenia, significava como destino “certo” os hospitais psiquiátricos ou asilos, onde os pacientes ficavam durante muitos anos.

O matemático norte-americano John Nash, que, em sua juventude, sofria de esquizofrenia, conseguiu reverter sua situação clínica e ganhar o Prémio Nobel de Ciências Económicas em 1994.

Em muitos casos, os indivíduos com esquizofrenia foram crianças tímidas, introvertidas, com dificuldades de relacionamento e com pouca interacção emocional. As crianças apresentam ainda dificuldades ao nível da atenção e do comportamento. Durante a adolescência o isolamento vai se tornando cada vez maior e o rendimento escolar diminuindo. Estas modificações são frequentemente associadas à crise da adolescência. “Para o adolescente este é um período de confusão, sente-se desconcentrado, não sabe o que se está a passar com ele. O jovem começa a passar grandes períodos frente ao espelho a observar o seu corpo revelando a presença de alterações do seu esquema corporal que podem surgir associadas à vivência psicótica. Isto não acontece só ao nível do corpo, mas também na consciência de si próprio (perturbação da vivência do «eu») apresentando neste caso sentimentos de despersonalização”[2].

Uma crise psicótica pode ser precipitada por vários factores, como por exemplo, mudar de casa, perder um familiar, rompimento com um(a) namorado(a), entrar na universidade...

Neste tipo de doença, é raro o indivíduo ter consciência de que está realmente doente, o que torna difícil a adesão ao tratamento.

Um dos maiores medos que a pessoa com esquizofrenia sente é o de ser estigmatizada por preconceitos sociais relativamente à sua doença, especialmente a ideia de que a pessoa é violenta, intrinsecamente perigosa, ideia essa que estudos recentes põem completamente de parte, mostrando que a incidência de comportamento violento nestes doentes e na população em geral é idêntico, se não mesmo inferior.

“Quero que as pessoas entendam que sou como os outros. Sou um indivíduo e deveria ser tratada como tal pela sociedade. Não deveriam fechar-me numa caixa com a etiqueta de esquizofrenia”[7] (Jane).
“As pessoas com esquizofrenia têm muitas vezes dificuldade em satisfazer as suas necessidades devido à sua doença”[7].

É importante que o processo de reabilitação seja um processo contínuo, para que possa ter sucesso, proporcionando uma maior qualidade de vida, maior autonomia e realização pessoal. Para atingir estes objectivos, foram criadas estruturas de apoio, os chamados equipamentos substitutivos (à estrutura manicomial) como os CAPS (Centros de Atenção psicossocial), Centros de Convivência, Oficinas, hospitais dia, serviços residenciais terapêuticos, empregos apoiados, fóruns sócio-ocupacionais.

Uma das grandes dificuldades destes doentes é a sua integração no mercado de trabalho, visto existir uma grande competitividade, levando a que muitos acabem por desistir. Daí ser relevante o acompanhamento destes no período de adaptação.

É bastante útil que o doente tenha conhecimentos sobre a doença e os seus sintomas e que tenha um papel activo no tratamento e controlo sobre a mesma. Sendo por isso vantajoso que estes sigam alguns cuidados, nomeadamente:

  • Permanecer fiel ao seu tratamento; se achar que a medicação não está a ajudar ou sentir efeitos não desejáveis deve avisar o médico
  • Ter o cuidado de conservar um ritmo de sono e vigília correcto, com as horas de sono necessárias
  • Evitar o stress
  • Deve manter rotinas normais, de higiene, alimentação, actividade em casa e no exterior
  • Evitar as drogas
  • Procurar ter horas para dormir, comer, trabalhar
  • Fixar um programa de actividades para cada dia
  • Permanecer em contacto com as outras pessoas
  • Manter o contacto com o psiquiatra/equipa de saúde mental
  • Praticar desporto pelo menos uma vez por semana.

Os doentes esquizofrénicos podem apresentar também sintomas depressivos, que nem sempre têm origem em aspectos biológicos ou neuroquímicos da doença. “O desapontamento e a desilusão vividos por alguns deste doentes perante os repetidos fracassos em manterem um emprego, em conseguirem voltar a estudar ou terem um grupo de amigos torna-se uma realidade incontornável”[2], levando a sentimentos de frustração.

Um outro aspecto associado à depressão na esquizofrenia é a questão do suicídio, que pode ter origem em vários factores: o sofrimento psíquico associado à própria vivência psicótica, o aspecto crónico e recorrente da doença que afecta muitos jovens.

O papel ativo da família é essencial para o tratamento, reabilitação e reinserção social do seu familiar que sofre de esquizofrenia. Muitas famílias procuram o apoio junto aos técnicos de saúde, permitindo assim que estas superem e sobrevivam às dificuldades que encontram; no entanto, há aquelas que não o fazem, levando ao seu adoecimento, ou seja, não conseguem lidar com as crises, conduzindo à sua desestruturação ou destruição.

A família deve estar preparada para o fato do doente poder ter recaídas ao longo do tempo, o que pode conduzir a um possível internamento hospitalar. É bastante importante o apoio da família ao doente durante o tempo da sua permanência no hospital, através de reforço positivo, comunicação, visitas, mostrar interesse em saber como vai a evolução da sua doença.

É natural que muitas dúvidas surjam na família em relação ao comportamento que vão ter de adotar perante esta nova etapa da vida do seu familiar. Em primeiro lugar é importante que o familiar comece por se colocar no lugar da outra pessoa.

Os problemas que geralmente ocorrem na família do esquizofrénico são os seguintes:

  • Medo… “Ele poderá fazer mal a si ou às outras pessoas?”
  • Negação da gravidade… “Isso daqui a pouco passa”
  • Incapacidade de falar ou pensar em outra coisa que não seja a doença… “Toda a nossa vida gira em torno do nosso filho doente”
  • Isolamento social… “As pessoas até nos procuram, mas não temos como fazer os programas que nos propõem”
  • Constante busca de explicações… “Ele está assim por algo que fizemos?”
  • Depressão… “Não consigo falar da doença do meu filho sem chorar”.

Em suma, o impacto que uma pessoa com esquizofrenia tem na família e a forma como esta se adapta face à situação depende da singularidade de cada um dos seus membros, mas também da forma como a doença surge (insidiosa ou abrupta), o seu curso, a suas consequências, no sentido de haver risco de vida ameaçada ou não (fase de crise à fase crónica), e ao grau de incapacidade gerado. Todos estes fatores têm de ser vistos numa perspectiva psico-social e não isoladamente. Deve ser dada atenção extrema ao fato de que o próprio esforço de adaptação por parte da família pode ter como consequência um estado de exaustão, da parte dos famíliares, como é referido por Helena Luís.

[editar] Tratamento farmacológico

Os antipsicóticos são eficazes no alívio dos sintomas da esquizofrenia em 70% dos casos.

Alguns deles, conhecidos como antipsicóticos típicos, inibem fortemente os receptores D2 da Dopamina das vias dopaminérgicas ligadas ao Sistema límbico do cérebro, e o seu sucesso constitui uma forte evidência da importância das alterações bioquímicas na patogenia da doença conhecida como hipótese dopamínica (que talvez sejam uma resposta secundária a eventos causadores da doença como o são as alterações comportamentais). O exemplo mais usual de antipsicótico típico é o haloperidol e a clorpromazina.

Outros inibem fracamente os receptores D2 da Dopamina, tendo ação inibidora serotoninérgica simultânea, conhecidos como antipsicóticos atípicos (clozapina por exemplo). Estes têm um sucesso maior sobre os casos refratários ao tratamento com antipsicóticos típicos ou sobre os casos com sintomatologia negativa predominante. Como leva a agranulocitose em cerca de 1% dos casos, deve ser conduzido um hemograma periódico conjuntamente à utilização da droga. Existe uma nova geração de antipsicóticos atípicos que não originaria agranulocitose como a risperidona e a olanzapina, que devem ser utilizados como primeira escolha por pacientes psicóticos, exceto nos casos em que o fator sócio-econômico tiver peso dominante (o custo de aquisição da droga é alto). Os antipsicóticos atípicos, justamente por agirem fracamente sobre os receptores D2, são uma evidência contrária à hipótese dopaminica.

[editar] Esquizofrenia e inteligência

Um estudo feito por pesquisadores americanos mostrou que a inteligência e a esquizofrenia podem estar ligadas por um gene que aumenta a habilidade do cérebro de pensar. O trabalho, desenvolvido no Instituto Nacional para Saúde Mental dos Estados Unidos, em Bethesda, no Estado de Maryland, indica que a esquizofrenia, condição psicótica que afeta cerca de 60 milhões de pessoas no mundo, pode ser o risco que determinadas pessoas têm de correr pelo desenvolvimento extraordinário de capacidades intelectuais. A pesquisa, publicada no Journal of Clinical Investigation, sugere que alguns dos fatores genéticos que envolvem as capacidades cognitivas podem apresentar problemas, deixando uma parcela dos indivíduos com maior chance de ter problemas mentais. Os pesquisadores examinaram uma variação comum de um gene, o DARPP-32, que faz com que a região do cérebro responsável pelo raciocínio mais sofisticado seja mais eficiente, melhorando o processo de transmissão de informações. Contudo, o gene também foi ligado à funções cerebrais registradas em pacientes com esquizofrenia. Uma investigação em 257 famílias com histórico de esquizofrenia mostrou que o gene é bastante comum entre pessoas com a doença. O gene amplia a capacidade de processamento de informação e, quando o cérebro funciona normalmente, o indivíduo ganha flexibilidade para pensar e desempenho da memória. Entretanto, outros genes e as condições de vida do indivíduo podem fazer com que o cérebro encontre dificuldades para gerenciar esse ganho, ocasionando um efeito colateral. “Seria o equivalente neurológico de uma mega-rodovia terminando num beco sem saída”, comparou o pesquisador Daniel Weinberger, em entrevista ao jornal britânico The Times. Os cientistas suspeitam que a esquizofrenia possa ser um “efeito secundário” de ter uma inteligência acima da média e que resulta de uma dificuldade do cérebro em lidar com as capacidades “extras”.A esquizofrenia é uma condição que pode causar alucinações e delírios. Estima-se que cerca de 1% da população do mundo tenha sintomas da doença. Na história, há vários exemplos de nomes famosos que foram diagnosticados como esquizofrênicos, como o matemático John Forbes Nash (retratado no filme Uma Mente Brilhante), o músico Syd Barrett, ex-guitarrista do grupo Pink Floyd, o escritor americano Jack Kerouac e o poeta e dramaturgo francês Antonin Artaud.

Referências

  1. ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 ABC da Saúde - ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS. Página visitada em 25/01/2009.
  2. ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 Afonso, Pedro (Agosto 2002), Esquizofrenia: Conhecer a Doença, Lisboa, Climepsi Editores.
  3. ↑ 3,0 3,1 Freitas, Carlos; Luís, Helena e Ferreira, Luís (2000), Vivências dos pais enquanto cuidadores de um filho com esquizofrenia, Lisboa, Dissertação apresentada à Escola Superior de Enfermagem Maria Fernanda Resende no âmbito do 2°Curso de estudos superiores Especializados em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica.
  4. ↑ 4,0 4,1 Neeb, Kathy (1997), Fundamentos de Enfermagem de Saúde Mental, Loures, Lusociência.
  5. ↑ Kaplan, Harnold; Sadock, Benjamin (1990), Compêndio de Psiquiatria, Porto Alegre, Editora Artes Médicas.
  6. ↑ Psiqweb - Perguntas mais comuns sobre esquizofrenia. Página visitada em 25/01/2009.
  7. ↑ 7,0 7,1 Organização Mundial de Saúde, Genebra – Divisão de Saúde Mental (1998), A Esquizofrenia – Informação para as famílias, Lisboa, Associação Comunitária de Saúde de Loures Ocidental.

[editar] Bibliografia

  • Alves, Júlio Leonel (Setembro, 1998), “O Doente Mental e a Família Perante a Alta”, Sinais Vitais, nº20, p.45.
  • Atkinson, Jacqueline M. e Coia (1995), Families coping with schizophrenia – A practitioner’s guide to family groups, England, Wiley – University of Glasgow.
  • Hatfield, Agnes B. (1990), Family education in mental illness, New York, The Guilford Press.
  • Santos, José Carlos (Setembro 1997), O Enfermeiro de Saúde Mental no Hospital Geral, Sinais Vistais, nº 14, p.33-36.
  • Taylor, Cecília Monat (1992), Fundamentos de Enfermagem Psiquiátrica, Porto Alegre, Artes Médicas.
  • Teschinsky, Ursula (2000), “Living with schizophrenia: The family illness experience”, Mental Health Nursing, nº 21, p. 387-396.
  • Pereira, Manuel Gonçalves (1996), Repercussões da Doença Mental na Família – Um estudo de Familiares de Doentes Psicóticos, Lisboa, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa.
  • Freitas, Luís (Set./Out. 2002), “Destigmatizando a Doença Mental”, Servir, vol. 50, nº 5, p. 250-253.
  • Afonso, Delmina (Jan. 2000), “A Esquizofrenia”, Sinais Vitais, nº 28, p.46-47.
  • Milheiro, Jaime (2000), Loucos são os outros, Lisboa, Edições Fim de Século.
  • Minuchin, Salvador (1990), Famílias: funcionamento e tratamento, Porto Alegre, Artes Médicas.

[editar] Ligações externas

  • www.esquizofrenia.org - Notícias sobre esquizofrenia Visitado em 25/01/09
  • Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia - ABRE Visitado em 25/01/09
  • Portal Entendendo a Esquizofrenia Visitado em 25/03/09

Testamento e morte de David (1 Reis 2, 1-11) Sacerdotes e profetas ungem Salomão rei de Israel.


David disse a Salomão «Eu avanço pelo caminho por onde vai toda a gente; tenha coragem e sêja um homem! Observa os mandamentos do Senhor, teu Deus, andando nos seus caminhos, guardando as suas leis, seus preceitos, seus costumes e exigências, conforme está escrito na Lei de Moisés; assim terás êxito em todos os teus planos e ações. Assim o Senhor fará cumprir a sua palavra que me dirigiu quando disse: «Se os teus filhos velarem pela sua conduta e andarem na minha presença com lealdade, com todo o seu coração e toda a sua alma, então sim, jamais algum dos teus filhos deixará de se sentar sobre o trono de Israel» ”

David morreu, juntando-se a seus pais e foi sepultado na cidade de David. A duração do reinado de David sobre Israel foi de quarenta anos. Em Hebron reinou sete anos e em Jerusalém trinta e três.

BSESSÃO E DOENÇAS MENTAIS

Muitos dos distúrbios de ordem mental e psíquica têm origem não em problemas orgânicos, mas em processos desencadeados por obsessores.

- Dr. Jorge Andréa dos Santos - Boletim do Associação Médico-Espírita do Brasil

Na análise do psiquismo humano e com os conhecimentos que já possuímos sobre psicologia profunda, estarão em evidência não só o campo material, mas também o energético-orientador, mais avançado em qualidades psicológicas e responsável pelas diretrizes inteligentes do ser. Neste campo do psiquismo, os pensamentos são elaborados e devidamente estruturados, a fim de serem reflexionados e adaptados para o mundo físico das células nervosas ou zona consciente.

Por outro lado, não podemos deixar de notar no psiquismo a condição de centro emissor e receptor de energias específicas, propiciando ligações dos campos mentais com os nossos afins. O psiquismo humano está sujeito a interações cada vez mais intensas, quando o bloco afetivo está presente de forma preponderante. Nestes casos, as permutas mentais se tornam constantes e ativas por questões de sintonia e mais apurada afinidade.

Desse modo, compreendemos as influências psíquicas a que estamos subordinados, que se intensificam quando o elemento emocional e afetivo se encontra ativado não só no campo do amor, mas também no desamor ligado ao ódio. Tanto os que amam como os que odeiam desencadeiam imensos pacotes energéticos psíquicos que vão atingir os seus afins em sintonia consciente ou inconsciente.

Estes campos psicológicos, em suas devidas manifestações, necessitam da acolhida e do respectivo entrosamento. Como nossa vida mental será o resultado de muitas etapas (reencarnações), as ligações apresentam profundas relações não só com os fatores e experiências presentes, mas também com as fontes e registros de todo o nosso passado. Isto faz com que as ligações mentais sejam bastante complexas, com estruturações de difícil decifração e cujo conjunto de emissão e recepção ou ação e reação de toda natureza (positiva, gerada pelo bem e pela ordem, ou negativa, desencadeada pelo mal e pelo desejo de vingança e ódio) apresente projeções das mais variadas em estados harmônicos. Os estados de desarmonia que se refletem na organização mental mostram variações de toda ordem, cujo grau de intensidade estará relacionado principalmente com os lastros distônicos do passado. A acolhida mental dessas reações se fazem comumente entre encarnados e desencarnados com naturais oscilações, cuja sintomatologia decorrente deverá fazer parte de um capítulo pouco abordado ou mesmo desconhecido da psiquiatria, as decantadas obsessões espirituais.

Classificação das Obsessões

A doutrina espírita tem cuidado com zelo do tema das obsessões, apresentando uma classificação didática que torna compreensível o processo da influência espiritual do desencarnado no psiquismo do encarnado. Assim, as obsessões foram abordadas em três patamares: simples, fascinação e subjugação.

A obsessão simples é observada quando há pouca interferência nas correntes mentais do atingido, consciente ou inconscientemente, mas sem domínio do receptor. Muitas vezes, o próprio atingido reconhece a influência negativa, procura se prevenir, possui condições de luta e expulsa a idéia parasitária que deseja acolhida.
A obsessão-fascinação é um processo mais intenso e mais grave, no qual as correntes emissoras destoantes se assentam na mente receptora, fazendo parte da estrutura dos pensamentos. O indivíduo fica como que totalmente envolvido pelas sugestões e passa a não distinguir mais o certo do errado. Apesar da presença de raciocínio e de diversas elaborações mentais em parâmetros fisiológicos, o indivíduo passa a conviver com uma idéia que lhe foi injetada, achando-a certa, justa e perfeita, ainda que seja um absurdo. É como se a pessoa perdesse sua avaliação crítica em determinadas mensurações psicológicas.

Já a obsessão-subjugação traduz um bloqueio intenso da vontade, as resoluções do psiquismo estarão subordinadas ao jugo das correntes emissoras do obsessor, que passa a comandar, subjugando o obsediado de modo integral. É neste grupo, principalmente, que se desenvolvem os conhecidos quadros mentais patológicos, nos quais, muitas vezes, a análise se torna de difícil avaliação. Nestes casos, as associações entre obsessão espiritual e doença mental se imbricam de tal modo que os sintomas mentais se tornam definitivos pelas constantes demarcações do processo obsessivo.

É lógico se compreender que os diversos quadros obsessivos são variados e estão de acordo com cada ser, levando-se em consideração o arcabouço psicológico, a intensidade das reações, a conduta pessoal, atitudes diversas e as ligações com o passado, tudo a responder pelas conhecidas reações cármicas. Muitas vezes, certas obsessões aparecem de modo fugaz e logo são afastadas pelas atitudes nobres e corretas do indivíduo que, com este proceder, neutraliza as investidas. Outras vezes, mostram-se mais duradouras, mas se apagam à medida que o atingido vai se ligando ao bem e aos modelos mentais mais ajustados.

Existe um fator ao qual não podemos deixar de nos referir, que é a sensibilidade medi única, pois ela permite ligações mais intensas pelas aberturas dos campos mentais. Allan Kardec afirmou de forma oportuna: "Não foram os médiuns nem os espíritas que criaram os espíritos. Ao contrário, foram os espíritos que fizeram com que haja espíritas e médiuns. Não sendo os espíritos mais do que as almas dos homens, é claro que há espíritos desde quando há homens e, por conseguinte, desde todos os tempos eles exercem influência salutar ou perniciosa sobre a humanidade. A faculdade mediúnica não lhes é mais do que um meio de se manifestarem. Em falta dessa faculdade, fazem-na por mil outras maneiras mais ou menos ocultas. Seria, pois, um erro crer que só por meio das comunicações escritas ou verbais exercem os espíritos sua influência. Esta é de todos os instantes e mesmo os que não se ocupam com os espíritos ou até não crêem neles estão expostos a sofrê-la, como os outros e mesmo mais do que os outros, porque não têm com que a contrabalançarem".

Diante de tais manifestações e fatos do psiquismo, não podemos deixar de compreender a importância desses eventos nos campos psicológicos da humanidade. Necessitamos de sondagens, observações e avaliações ajustadas dentro dos modelos científicos em vigor, pois os fatos estão presentes em toda a parte, exigindo catalogação.

Abertura mental

Compreende-se a impossibilidade de se fazer uma análise mais detalhada do processo obsessivo neste artigo, entretanto, algumas explicações a mais serão oportunas e elucidativas. O processo, por sua condição de ligação mental, estende-se em múltiplas condições, perdendo-se em estruturações psicológicas de toda natureza. Podemos dizer que é possível o processo ocorrer de encarnados para desencarnados, de desencarnados para encarnados e entre desencarnados. Todas essas variações respondem por autênticos fenômenos de hetero-obsessões.

A constante e duradoura atuação obsessiva traduz um real processo parasitário. Nesta ordem de idéias, devemos computar como fatores predisponentes a existência de pensamentos negativos constantes e revoltas acompanhadas de forte séqüito emocional que certos indivíduos cultuam habitualmente por falta de higiene mental. Esses indivíduos introduzem e absorvem a própria negatividade desenvolvida na zona consciente e que, pelo constante condicionamento, refletem um processo auto-obsessivo que lhe são próprios, sem interferências externas. Existem grupos neuróticos, principalmente da classe histérica, que denotam este tipo de auto-obsessão com intensa sintomatologia psicossomática.

Todos os processos obsessivos podem ser ativados e alimentados pelas ações desequilibrantes de conduta e descontrole emocional e afetivo, cujos mecanismos aceleram as condições de fixação mental. Podemos mesmo dizer que se encontra nas bases do processo em pauta um vasto condicionamento hipnótico, pela existência de um mesmo clima psicodinâmico no qual o monoideísmo passa a ser a tônica constante, de modo a estabelecer um verdadeiro circuito fechado. Nesta posição, incrementa-se o fenômeno ideoplástico na fixação de imagens, propiciando o surgimento das alucinações de toda ordem, principalmente visuais e auditivas. Nesta fase, serão atingidos não só os componentes físicos do psiquismo, mas também as regiões energéticas que os envolvem, representadas pelos campos perispirituais ou psicossoma, campo intermediário entre matéria e espírito.

Por tudo isso, tornam-se compreensíveis os desarranjos psicossomáticos no obsediado, cujos reflexos mais profundos podem atingir o sistema imunológico, através da diminuição das defesas orgânicas. Conforme o grau de atuação e implantação obsessiva, poderá haver lesões definitivas nas organizações psíquicas, cujos sintomas desembocam em distonias psiquiátricas. Claro que as estruturas defeituosas do passado, como campos vibratórios específicos encravados no espírito na zona inconsciente, constituem pontos frágeis a serem envolvidos pelos processos obsessivos de toda natureza. As conseqüências processuais de intensidade das reações estarão relacionadas às próprias atitudes psicológicas dos seres, isto é, as atitudes do passado, com suas conseqüências, exercem um forte compromisso no desencadeamento do processo obsessivo.

Todo esse mecanismo de simbiose mental entre os hominais será conseqüência de atuações envolvendo totalidade psíquica, racionalização e responsabilidade, próprios do psiquismo humano, condição diferente da cerebração fragmentada e oscilante existente nos mamíferos. Não tendo o cérebro destes alcançado ainda o processo de racionalização característico dos mamíferos superiores, os atos psicológicos são fragmentários, para não permitir a fixação de idéias. A simbiose observada no hominal por sintonia propicia ao desencarnado nutrir-se das energias vitais do encarnado. A imantação e fixação obsessiva estará relacionada às afinidades de atitudes, principalmente as pregressas, que ambos carregam. Fixada a simbiose, uma vez que pode ser um fator temporário, o encarnado passa a ser vampirizado, a ser um fornecedor de energias para vitalização do obsessor. É nesta condição que vinganças e desencadeamento de ódios ligados ao pretérito se exteriorizam em um panorama de imensas apresentações.

O Espiritismo tem fornecido elementos valiosos para compreender o intercâmbio dimensional entre encarnados e desencarnados com relação às interações bioenergéticas. Sabemos que essas ligações se tornam mais intensas na presença dos fatores emocionais e afetivos com os quais convivemos habitualmente. No psiquismo humano, as reações do dia-a-dia são mais um atestado desse processo. Embora convivamos com pequenas reações ansiosas, depressivas, compulsivas, em tonalidades reduzidas por serem necessárias aos impulsos da vontade, os tipos psicológicos e a respectiva maturidade evolutiva dos seres demarcam os aspectos das manifestações.

Portanto, as manifestações obsessivas estão em constante manipulação dos campos afetivos. Há como que uma interação entre hóspede e hospedeiro, chegando a tal ponto que, às vezes, ambos se integram e se necessitam mutuamente, vivendo às expensas um do outro em legítima união parasitária. Por outro lado, devemos considerar os sintomas que o processo obsessivo desencadeia, com tonalidades imensas e, muitas vezes, de difícil avaliação. Entretanto, temos observado a predominância do complexo de culpa em muitos casos de obsessões espirituais, podendo levar a reações de incompreensível medo, refletido nos acontecimentos diários da vida.

Como devemos nos comportar diante da existência das obsessões? Analisar os fatos e tentar compreender sua dinâmica face a cada indivíduo em particular é o que reputamos ser da mais alta importância, incluindo-as nos quadros nosológicos da psiquiatria para serem melhor avaliadas pela ciência. Não podemos relegar tantos fatos comprovados ao desconhecimento como casos neuróticos ou psicóticos. Claro que os modelos de tratamento psiquiátrico não podem ser relegados, temos que lançar mão das aquisições científicas de nosso tempo como coadjuvante terapêutico. Nas obsessões, os modelos psicológicos transpessoais representam valiosos suportes em busca de equilíbrio e ajuste.

Análise e compreensão

Reações de tal quilate podem também não estar ligadas a componentes pregressos, mas como respostas de atitudes atuais. Nossa vontade, com o relativo livre-arbítrio que carregamos, pode neutralizar ou ampliar muitas manifestações obsessivas, até mesmo renascer novos focos e seus respectivos sintomas. Insistimos em dizer que o processo obsessivo, ainda não computado pela ciência oficial como entidade causadora de distúrbios principalmente mentais, apresenta-se oscilante, com sintomas pouco definidos e bastante mesclados, porém, com características ora neuróticas, ora psicóticas. Por estes fatos, a confusão reinante é grande, percebendo-se algumas vezes que o processo obsessivo se acopla ao sintoma psiquiátrico já existente e, em outras, acontece o contrário, ou seja, o processo possibilita o nascimento da distonia mental. Então, os casos se mostram combinados e com imprecisos limites.

Fornecer um quadro patológico que caracterize as obsessões é um assunto difícil, em virtude da oscilação e da imbricação dos sintomas associados. Não sabemos onde começa a doença mental ou a obsessiva, mas possui mos condições de analisar a presença espiritual deletéria predominando no cenário. Muitos pacientes portadores de delírios podem estar relacionados a um processo exclusivo ou combinado com um quadro psicótico. O psiquiatra moderno precisa conhecer os variados transes mediúnicos, para avaliar e ampliar os horizontes que o psiquismo humano vem revelando a todo momento.

Literatura recomendada

Entre a Razão e a Ilusão - Desmistificando a loucura

Com um tema complexo nas mãos, os três autores elaboraram um livro educativo sobre esquizofrenia, uma doença que atinge mais de dois milhões de brasileiros, mas ainda pouco conhecida e alvo de grande preconceito.
Mais do que apenas descrever os sintomas, o livro traz a vivência do portador da doença e também de seus familiares diante de uma nova situação que enfrentam repentinamente. Com detalhes, Cândido Assis, Cecília e Bressan descrevem o início do processo de distorção da realidade de um jovem, até o seu isolamento do mundo que vivemos. A idéia é ensinar as pessoas a conviver com as dificuldades, buscar tratamento e ajudar a melhorar a evolução da esquizofrenia
.

Jorge Cândido de Assis - portador de esquizofrenia
Cecília Cruz Villares - terapeuta ocupacional e mestre em saúde mental pela UNIFESP
Rodrigo Bressan - PhD pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade de Londres e professor adjunto da UNIFESP

Aborto: Consequências psíquicas para a mulher

Aborto: Consequências psíquicas para a mulher

As consequências psíquicas do aborto

Embora não haja propriamente consenso entre os psiquiatras sobre a existência de um síndrome pós-aborto, a verdade é que existem inúmeros estudos publicados que indicam a existência de uma relação entre a prática de aborto e um risco acrescido de perturbações psiquiátricas. As patologias associadas são várias: perturbações depressivas e ansiosas, disfunções sexuais, ideação suicida e comportamentos suicidários, abuso de álcool e drogas, stresse pós-traumático, etc. Esta última patologia acaba por ser aquela que mais se aproxima do designado “síndrome pós-aborto”. Nesta situação, observa-se a presença de uma constelação de sinais e sintomas, cuja origem se encontra relacionada com a experiência de um evento traumático, e que neste caso corresponde ao aborto.

Para a mulher, o aborto é praticado muitas vezes em situações bastante difíceis: a pressão e as ameaças dos familiares ou do companheiro, a ambivalência face à decisão de abortar, ocorrendo nalguns casos a própria ruptura da relação amorosa que esteve na origem da gravidez. Mas, para muitas mulheres, o aborto em si não é um acontecimento traumático, logo não podemos generalizar – dirão alguns. Contudo, não se trata de estabelecer uma relação causal absoluta, mas uma relação de risco aumentado, cujas consequências individuais não podem ser desvalorizadas.

Excluindo a presença de uma perturbação de personalidade psicopática e os desvios sádico-masoquistas, e partindo do princípio que fazer um aborto não é um processo agradável, um dos mecanismos de defesa que pode ser utilizado pela mulher que aborta é a “racionalização”. Neste caso, encontrada a justificação racional para a decisão de abortar, o próprio acto é visto pela própria, acima de tudo, como um procedimento físico. Pretende-se assim que o impacto emocional da perda do bebé seja atenuado ou mesmo anulado. Sabemos, porém, que a as consequências psicológicas do aborto são normalmente sentidas a longo prazo. Tal como ocorre designadamente no stress pós-traumático, o período entre a ocorrência do aborto e o aparecimento dos sintomas psíquicos pode demorar alguns anos.

Aos poucos, os mecanismos de defesa psicológicos utilizados – nomeadamente a racionalização, o recalcamento ou a negação – acabam por ceder, abrindo caminho para o aparecimento de um sentimento de perda ou de luto, podendo conduzir a uma desordem psíquica. A sintomatologia poderá surgir através de somatizações (sintomas físicos sem causa orgânica explicável, sendo expressão, no entanto, de doença psíquica) como é o caso de cefaleias, queixas gastrointestinais, astenia, insónia, etc., que podem mascarar a existência de uma perturbação psíquica. Este padrão de reacção retardada é muitas vezes menosprezado. Por isso é que os vários estudos a longo prazo detectam um maior número de perturbações psíquicas na mulher que abortou, contrariando os dados a curto prazo que nalguns casos podem não revelar grandes diferenças.

A par do sentimento de perda referido, surge ainda frequentemente o sentimento de culpa. Este é um sentimento para a mulher altamente perturbador e causador de um sofrimento incomensurável. Os defensores do aborto, neste caso, argumentarão que se existe culpa é porque alguém a originou (a religião, os familiares mais conservadores, o estado que impede o aborto, etc.). Em parte, é verdade, já que todos nós tivemos uma educação normativa em função de valores sociais, éticos, morais, etc. Na realidade, é a culpa que protege a sociedade de si própria, nomeadamente de o homem passar ao acto alguns dos seus impulsos mais primários, como é o caso da violência, a sexualidade, o domínio sobre o mais fraco, etc. É também a culpa, um dos factores que contribui para proteger o homem de se suicidar, controlando os seus ímpetos autodestrutivos. Neste contexto, o relativismo intelectual que recusa a existência de regras e de conceitos como o que está “certo” ou “ errado”, acaba por ser altamente perturbador da vida psíquica, originando o caos do mundo interno da pessoa, conduzindo à psicose.

Quais são afinal as mulheres que têm maior risco de apresentarem consequências psíquicas do aborto? No grupo de maior risco, encontram-se as mulheres mais jovens, separadas, com antecedentes de doença psiquiátrica, com baixo apoio social e que foram coagidas a abortar.

Quando se debate o tema do aborto raramente se aborda as suas consequências psíquicas. Aliás, passa-se a ideia para a opinião pública que, estando garantidos os meios médicos e técnicos adequados para realizar o aborto, não existem problemas de maior para a mulher – o que não corresponde à verdade. Observam-se sequelas psíquicas em muitas mulheres que praticaram o aborto, mesmo no caso de este ter sido realizado no âmbito de um quadro legal e em ambiente hospitalar. A comprová-lo está o maior número de admissões psiquiátricas observadas em mulheres que abortaram face àquelas que levaram por diante a sua gravidez.

Em suma, importa esclarecer que, em muitos casos, o aborto pode ter efeitos deletérios na saúde psíquica da mulher, sendo este facto confirmado por inúmera documentação científica credível. Este é um ponto fundamental no debate sobre a liberalização do aborto e que não pode ser ignorado.

Pedro Afonso

Médico Psiquiatra

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Plano Nacional de Prevenção ao Suicídio

Plano Nacional de Prevenção ao Suicídio ainda não saiu do papel... I..

[Ecos do I Seminário Nacional de Prevenção do Suicídio...]

Enquanto o Plano Nacional de Prevenção ao Suicídio está sendo elaborado fiquemos com os ecos do não tão distante I Seminário Nacional de Prevenção do Suicídio, evento que produzirá por muito tempo boas repercussões.

Transcreveremos tudo o que ocorreu durante o evento nas muitas linhas abaixo, por julgarmos pertinente e necessário.

Abertura – 17 de agosto de 2006

Mesa de debates
Tema : Impacto do Comportamento Suicida
Coordenador - Pedro Gabriel Delgado
Debatedores : Dr. Neury Botega (FCM, dep. de Psicologia Médica da UniCamp) e Dr. Carlos Felipe Almeida D’Oliveira (MS e IASP), Dra. Blanca Werlang Guevara (PUC/RS), Pedro Gabriel Delgado (coordenador Nacional de Saúde Mental/MS).

Dr. Neury Botega (FCM, dep. de Psicologia Médica da UniCamp)

O suicídio é um problema de saúde pública. Em 1995, foram registrados 900 mil óbitos, sendo que se estima que até 2.020, tenhamos 1,53 milhões de óbitos. Índices revelam que é maior o número de suicídios em pessoas com menos de 44 anos. De acordo com Bertoloto 2003, os diagnósticos mais freqüentes, em pessoas que se suicidam são: transtornos de humor 35,8%; abuso de substâncias psicoativas 22,4%; esquizofrenia 10,6%; transtornos de personalidade 11%; e sem diagnóstico 3,2%.

Vale ressaltar que uma pessoa que tenta suicídio tem cem vezes mais chance de suicidar-se. Num estudo feito, utilizando-se a escala de Beck e cols., de cada 100 pessoas: 17 pensaram em suicídio, 5 planejaram, 3 tentaram, e 1 efetivamente chega ao pronto-socorro (resultado de pesquisa realizada na Unicamp com 515 pessoas), num projeto que trata da prevenção do suicídio para profissionais da saúde.

Outras informações e contato: www.who.int/mental e botega@fcm.unicamp.br .

Dr. Carlos Felipe Almeida D’Oliveira (MS e IASP)

Suicídio é um problema de saúde pública e pode ser prevenido. Suicídio e tentativa não configuram categorias diferentes. Toda tentativa de suicídio é uma forma de comunicação. No Mato Grosso do Sul há um quadro alarmante de suicídio dos índios da Tribo Guarani Kaeouá (de 100 mortes, 98 são por suicídio). Na região Sul, RS e SC apresentam os índices mais altos do Brasil.

Contato: carlos.felipe@saude.gov.br

Dra. Blanca Werlang Guevara (PUC/RS)

Há quatro formas de morte: natural, por acidente, por homicídio e suicídio. No Sul, o RS, seguido de SC tem índices muito altos de óbitos por suicídio, sendo 09 p/ cada 100 mil habitantes, enquanto o índice do Brasil é de 04 suicídios p/ cada 100 mil habitantes.

Numa pesquisa feita em escolas públicas e privadas, em POA, envolvendo 526 estudantes de 15 a 19 anos, 188 (36%) apresentaram idéias suicidas. Relato de várias outras pesquisas feitas com autópsia psicológica.

Contato: bwerlang@pucrs.br

Pedro Gabriel Delgado (coordenador Nacional de Saúde Mental/MS)

O suicídio não é um ato solitário ou individual, é um sintoma, um grito social. O sujeito que se suicida o faz em relação aos outros, ao local, ao seu ambiente.Há que sermos pragmáticos no campo da saúde e das políticas públicas em relação a isso. Temos que ter estratégias que sejam possíveis de implantar e que apresentam possibilidades de mensuração de seus efeitos e eficácia.

As políticas públicas devem ser pragmáticas. Deve-se aumentar a sensibilidade dos profissionais para que refinem sua atenção na detecção de possíveis suicidas. As estratégias devem ser em escala. Pragmáticos: iniciativas que tragam resultados!

Perguntas

A qualificação de profissionais deve ser feita dos que atuam na Atenção Básica, visto que o contato é direto com a população. Os suicidas estão alheios aos serviços de saúde, ou seja, não buscam o serviço em situação de crise. Qualificar também os atendentes gerais da sociedade, como: bombeiros, SAMU, policiais, etc. bem como incentivar a matéria de Psicologia na qualificação destes profissionais (técnicas de negociação, o que fazer, escuta, procedimentos de atenção em emergência de tentativa...), visto que nem sempre o que o senso comum acha, é uma estratégia válida.

Conferência

Dr. José Manoel Bertolote - OMS

Comparações entre o Brasil e o mundo. Em 2001, no mundo se suicidaram 849 mil pessoas, ou seja, um suicídio a cada 40 segundos, em algum lugar no mundo. População alvo: idosos (apesar de não ter aumentado nos últimos 15 anos) e jovens antes dos 24 anos, que até 1980 não ocupavam estatísticas de morte por suicídio.

96% dos suicídios registrados tinham previamente algum diagnóstico psiquiátrico, basicamente depressão e alcoolismo. Contamos com alguns fatores de risco em relação ao suicídio:

- Fatores Imutáveis: gênero, idade, etnia, orientação sexual, tentativas prévias, mudanças sócio-econômicas, anomia, ou seja, são condições com as quais a pessoa deve conviver por não haver possibilidade de alterá-los; e

- Fatores Passíveis de mudança: acesso aos meios (enforcamento, envenenamento), transtornos mentais (depressão e trans. bipolar, há como intervir), doenças graves (há como buscar tratamento), isolamento social, ansiedade, desesperança ou insatisfação, situação conjugal, situação empregatícia (perda do emprego).

Ações consideradas efetivas no controle do suicídio, de acordo com estudos da OMS:

- controle de substâncias tóxicas (p.ex. Paracetamol é extremamente tóxico, podendo provocar morte quando ingerido em grande quantidade, e, não é uma substância controlada, é comercializada livremente);

- tratamento de transtornos mentais (p.ex. alcoolismo);

- controle de armas de fogo; e

- imprensa menos sensacionalista; estas seriam ações que efetivamente poderiam contribuir no controle das mortes por suicídio.

Algumas ações que a OMS considera altamente discutíveis:

- programas em escola (assemelhado aos programas anti-drogas);

- centros de intervenção em crises (atendem a crise, no entanto, não fazem trabalho de acompanhamento, sendo evidentes as recaídas).

Já está disponível no site da OMS, material de literatura sobre prevenção do suicídio.

Outra coisa é mudar a forma de atenção, ou seja, do tratamento usual (salvando a vida) para uma intervenção breve de acompanhamento social, ou seja, um programa de monitoramento após a tentativa. Por exemplo, que se estruture a equipe de forma a: por telefone ou pessoalmente, indo à casa da pessoa que tentou suicídio, acompanhar o pós-tentativa, utilizando-se de duas perguntas básicas: “COMO ESTÁ?” e “PRECISA DE ALGUMA COISA?”.

Mensagem final:

1 – O suicídio é um problema de saúde pública.

2 - Pode-se prevenir.

3 – A prevenção é de todos nós.

10 de setembro é Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

10 de outubro é Dia Mundial de Saúde Mental, em 2006 é a prevenção do suicídio. Informações e contatos: www.who.int/mental_health/, bertolotej@who.int, mbd@who.int.

Mesa de debates - 18 de agosto de 2006
Tema: Comportamento Suicida em Jovens
Coordenador - Ênio Resmini
Debatedores: Dra. Mônica Medeiros Kother Macedo (PUC/RS), Dr. Marcelo Tavares da UNB, professora Gisleine Scavacini Freitas, da Universidade Metodista de Piracicaba.

Dra. Mônica Medeiros Kother Macedo (PUC/RS)

“O impacto da dor psíquica”. Precisamos entender dois fatores:

a) A complexidade da adolescência, um estado de transformações biopsicosociais; e

b) “ A dor psíquica” deste momento. Apontou pesquisas realizadas por LAUFER, 1998, que mostraram oito eixos preocupantes (características) da relação dos jovens com comportamento suicida.

Contato: monicakm@pucrs.br

Dr. Marcelo Tavares (UNB)

Trabalha na com Programa de Prevenção do Suicídio entre os acadêmicos.

Analisa que atualmente, s ituações novas, como relações pela Internet, novas identidades e identificações, por vezes falsas, etc, possam ser fatores que de certa forma estimulam os jovens à morte. Cita como exemplo recente, que circulou na Internet, o caso de quatro jovens japoneses que se encontraram uma única vez, para se suicidarem. O suicídio pode ser assistido pela Internet. O novo mundo virtual e as formações impactantes sobre a subjetividade.

Ressalta que os jovens hoje não morrem de doenças, morrem por comportamento. Aponta que atualmente há que se considerar algumas metodologias preventivas, em ordem:

UNIVERSAL – para todos (controle de substâncias);

SELETIVA – para grupos de risco (para quem já fez alguma tentativa de suicídio);

INDICADA – para risco eminente (tratamento em relação a idéias recorrentes, tentativas, depressão, etc)

Contato: mtavares@unb.bricps@unb.br.

PSIU - Projeto de Saúde Integral da Universidade.

Profª Gisleine Scavacini Freitas, da Universidade Metodista de Piracicaba

Pré-natal com adolescentes grávidas: prevenção em suicídio. Apresentação de pesquisa que realiza fazendo relação entre gravidez na adolescência e tentativas de suicídio.

Centro de Informação Toxicológica – 0800780200

Informações: www.cit.rs.gov.br

Conferência

Dr. Carlos Felipe Almeida D’Oliveira (MS e IASP)

O conferencista apresentou as Diretrizes Nacionais da Prevenção do Suicídio e também a Portaria 1876 de 14/08/2006, que cria as diretrizes. Fez um relato histórico de como iniciou-se no MS o processo de construção de uma política nacional de prevenção do suicídio. www.saude.gov.br (Secretaria de Atenção a Saúde)

Próximos Passos: GT para regulamentação das Diretrizes, Elaboração do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, adesão de novos parceiros, apresentação à Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, Discussão do PPA 2008-11. Em 2009 a Conferência da IASP (Internacional Association for Suicide Prevention) será em Montevidéu (visando intercâmbio com América Latina).

Contato: carlos.felipe@saude.gov.br - Secretaria de Atenção à Saúde – Min. da Saúde.

Mesa 3

Tema :
Coordenador – Assunción Costa Caputti Filha
Debatedores: Dra. Letícia Legay (UFRJ), Peter Rembischevski (ANVISA), Dra. Flávia Valladão Thiesen (PUC/RS) e Walter Costa (secretário de Vigilância em Saúde/MS – Sentinela).

Dra. Letícia Legay (UFRJ)

“ Meios de prevenção”. O suicídio é um problema transcultural. Freqüência de óbitos segundo os meios utilizados: 1º: enforcamento, 2º e 3º: pesticidas e armas de fogo, 4º: medicamentos, 5º: precipitação de lugares altos e 6º: objetos cortantes.

Informações e contato: legay@nesc.ufrj.br, www.nesc.ufrj.br

Peter Rembischevski (ANVISA)

“Controle de Meios”. Os agrotóxicos são registrados no país pelo Ibama, Mapa e ANVISA. O Brasil é o segundo mercado mundial de agrotóxicos, o qual tem faturamento líquido de US$ 4 bilhões. A nona indústria química do mundo. Embora a ANVISA esteja retirando do mercado substâncias extremamente tóxicas e/ou substituindo por elementos com menor potencial de toxicidade, ainda assim no mercado negro circulam substâncias altamente lesivas, como por exemplo, chumbinho pra matar rato, que se adquire nas ruas do RJ por R$0,50 o pote, e que é bastante utilizado por suicidas. Citou vários outros exemplos de agrotóxicos, informações disponíveis na página da ANVISA.

Contatos: toxicologia@anvisa.gov.br, peter.rembischewski@anvisa.gov.br.

Dra. Flávia Valladão Thiesen (PUC/RS)

“Controle de meios: agrotóxicos”. Os agrotóxicos são os toxicantes mais usados em tentativas de suicído por terem grande potencial de mortalidade, e porque são de fácil acesso.

Walter Costa (secretário de Vigilância em Saúde/MS – Sentinela)

“Vigilância de acidentes e violências em serviços sentinela”. Fez a apresentação do projeto Sentinela da Secretaria de Vigilância em saúde do Ministério da Saúde, que visa identificar acidentes e violências de causas externas.

Contato: walter.costa@saude.gov.br

Mesa 4

Tema : Experiências de Acolhimento do comportamento suicida
Coordenador – Cristine Kuss
Debatedores: Arthur Mondin, Dra. Teresa Gonçalves, Dr. Jair Segal

Arthur Mondin (CVV)

Apresentou as Diretrizes do CVV, as ferramentas que o programa utiliza e, como ele se mantém há 44 anos no país, sendo uma ONG. “Os voluntários do CVV ouvem e acolhem, não aconselham, não orientam, não sugerem”. O CVV tem uma chamada telefônica a cada 33 segundo. Em 2005, tiveram 1.150.000 chamadas. Número do CVV 141. Em Blumenau, antes do CVV, registravam um suicídio a cada 16 dias. Depois da criação da central do CVV, o número baixou para 01 suicídio a cada 36 dias. Estão criando um programa de treinamento para jovens voluntários para realizarem atendimento de jovens pela Internet.

Dra. Teresa Gonçalves (psiquiatra e psicanalista)

Em São Paulo, em 2001, o suicídio foi a quarta causa de mortes na faixa etária dos 10 aos 24 anos. Estes dados foram coletados por um projeto-piloto que envolveu unidades de pronto-socorros, unidades de vigilância em saúde, UBS, CRP-06 e universidades. A pessoa que havia tentado suicídio chegava ao Pronto Socorro e de lá era encaminhado para um programa de seguimento (neste, fazia-se a notificação, uma primeira entrevista e planejava-se um cronograma de acompanhamento social e psicológico após o atendimento de urgência). Desta forma, se a pessoa não comparecesse às consultas, procedia-se uma busca ativa junto à equipe responsável pelo seguimento, num formato de rede de serviços de acompanhamento.

Dr. Jair Segal, psiquiatra no Hospital de Pronto-socorro de Porto Alegre.

Relatou como são feitos os atendimentos às tentativas de suicídio.

Fonte: http://www.crpsc.org.br/pagina.php?pagina=saude/prevencao_suicidio.php
Postado por Abel Sidney às 02:17
Marcadores: I Seminário Nacional de Prevenção do Suicídio
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